Na sequência da política de redução da dependência energética do nosso país, o actual governo decidiu realizar um mega investimento em barragens na zona do Alto Tâmega. A decisão foi tomada, mesmo tendo em conta o grande impacto negativo que o investimento irá ter sobre a flora e fauna única da região, nomeadamente os rios truteiros e as populações de trutas indígenas. Neste âmbito, há a realçar a ambição desmedida do projecto, que numa fase inicial chegava a incluir o desvio do curso do rio Olo (mítico rio truteiro) antes das fisgas de Ermelo, ou seja a destruição de uma das maiores preciosidades naturais do Parque Natural do Alvão. Felizmente, alguém teve o mínimo de bom senso de deixar cair esta ideia. Neste momento, o que é real e inevitável, é a perda de um bom número de rios e ribeiras com caracteristicas únicas para trutas indigenas e que atraiam ínumeros pescadores para esta área. Dentre alguns, temos a destacar o Beça, o Tâmega, a Ribeiro de Gondiães, a Ribeira de Covas, etc. Num país com pouca área disponível e numa era de aquecimento global, apraz registar que é possível existir meia dúzia que se dedicam a inundar grandes porções de terra em nome de politicas e ideais bastante duvidosos. Por contrapartida, os interesses económicos são claros e todos sabemos quem ganha com isto! Nós os pescadores de trutas, só temos a perder!
Ficam para a posteridade as memórias de grandes pescarias no Beça e nas ribeiras da zona!!
Informação sobre o autor
Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.
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