Dia de chuva forte no rio Neiva.

Dia de chuva forte no rio Neiva.



Naquele sábado de Abril, o dia amanheceu cinzento e chuvoso. A chuva tinha caído durante toda a noite e a decisão de onde ir a tentar a sorte com as trutas caiu no Rio Neiva. O meu irmão e eu decidimos atacar na ponte de Balugães. Aí chegamos cerca das 7.30 da manhã, vestimos os impermeaveis e começamos a pescar. Ele decidiu ir para montante e eu para jusante.

O rio estava com o caudal engrossado e com um pouco de coloração (aí meio caminho entre claro e turvo). Dadas as condições, decidi usar uma amostra super vibrax dourada nº2 com pêlos amarelos. Depois de pescar durante cerca de uma hora e meia sem qualquer picada, aí por volta das 9 da manhã, fiz um lançamento encostado à outra margem, numa zona com cerca de um metro de profundidade. Deixei que a amostra afundasse um pouco e comecei a recolher lentamente. A linha começou a descrever um arco e quando chegou ao meio do rio senti uma picada. De uma vez cravei por instinto, e senti algo pesado no outro lado. Pensei, será um tronco? Mas o “tronco” começou a correr a favor da corrente e o carreto, que estava bem calibrado, começou a dar linha. Rebentou a luta! Por duas vezes o peixe tratou de ir rio abaixo, mas o carreto e a linha responderam sempre às mil maravilhas. Consegui por fim, depois de cerca de dois minutos, que pareceram eternidades, aproximar a truta da margem, sempre cabeceando e tentando soltar-se (por sorte, o triplo tinha cravado do lado da boca e a truta, graças a sempre ter conseguido manter a tensão na linha, não conseguiu nunca pôr o seu peso sobre a linha para quebrá-la).

Que beleza! Era um bicho enorme! Nesse momento lembrei-me que tinha deixado o camaroeiro no carro por ter o impermeável vestido …. Que problema! Decidi então por instinto que tinha que agarrar a truta com a mão. Ela estava sempre a cabecear, lutando por soltar-se. Por fim, consegui aproximá-la o suficiente da margem para conseguir meter o dedo polegar da mão esquerda na sua boca e como um alicate puxá-la para fora da água! Os cortes na mão produzidos pelos seus dentes valeram bem a pena!

Que exemplar precioso! Estava feita a pesca! O meu irmão ficou assombrado com o tamanho da truta (acusou 2,7 Kgs na balança). Continuamos com a pesca durante a tarde noutra zona do Rio Neiva, onde ele acabou por também pescar outra truta trofeú de Kg. Enfim, um dia inesquecivel!

PS: Um facto de notar: já em casa, quando abri o estomâgo da truta, notei que tinha dentro duas rãs semi-digeridas. Assim, parece que ela tinha uma predilecção por rãs, e quando viu a super vibrax dourada nº 2 com pêlos amarelos pensou que era uma. Não resistiu e atacou! Em conclusão, nunca se sabe o que move os trofeús – o isco mais estranho pode num determinado dia produzir o maior trofeu.

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