Mais uma temporada de pesca às trutas no horizonte e mais uma vez as lojas de pesca tradicionais apresentam os mesmos problemas de sempre: falta de stocks, material novo inexistente e pouca diversidade. Enfim, o mesmo filme de sempre! Antecipando muitos destes problemas, durante esta semana resolvi realizar algumas chamadas telefónicas para as lojas, de modo a evitar visitas desnecessárias que só me iriam queimar tempo e dinheiro. Mais uma vez confirma-se a regra. As nossas lojas de pesca não estão minimamente preparadas para a abertura à truta. Têm os stocks do ano passado para despachar, aplicam-lhes preços mais elevados e está a andar. Se se lhes pergunta por determinada marca de amostra ou fio, a desculpa é sempre a mesma; os fornecedores não entregaram ou está esgotado! Produtos novos? Isso é que nem pensar! Enquanto não se venderem os velhinhos, não há nada para ninguém! Nalguns casos, a esperança ainda se mantém quando se ouve do outro lado da linha alguém mais esperto a dizer que entregam amanhã: 3 dias antes da abertura! Pois, só para obrigar o pessoal a ir à loja! Estar na loja é meio caminho andado para se fazer algum negócio, por pouco que seja. Já me apanharam algumas vezes assim :)!
Ainda não satisfeito com esta primeira abordagem, resolvi também visitar uma dessas lojas na quinta-feira. Como já sabia o que me esperava, decidi-me por aquela que mais perto ficava de casa. A expectativa era alguma, especialmente por queria comprar um bom fio para o spinning mais pesado. Mal entrei na loja, a desolação instalou-se. A diversidade de fios era quase nula. Andei à procura, mas nada de jeito. Trabucco em 0,18 (4,5 kg) nada e as outras marcas disponiveis pareciam-me muito fraquinhas. O vendedor ainda me tentou convencer a comprar um fio amarelote de 2,8kg de resistência, sem o mínimo de elasticidade, argumentando que muitos pescadores trutas já o tinham comprado, mas nem pensar. Para essa resistência, tenho o meu 0,12! Quem é que andaria a comprar daquilo?
Bem, a coisa estava a começar mal! Para me distrair um bocado, resolvi avançar para a secção das amostras: colheres e peixes artificiais. As colheres eram exactamente as mesmas do ano passado, porque segundo o responsável da loja, o fornecedor não entregou (mais um!). Bonito, dei uma vista de olhos, mas não encontrei nada que me interessasse! Segui para os rapalas e os salmos. De salmos havia stock e os preços não aumentaram muito relativamente ao ano passado, no entanto nos rapalas a coisa foi dramática. Vi CD’s-5 tabelados a 10 euros! A 10 euros?? Fiquei cego. Inquiri sobre o que se passava e foi-me logo dito que era uma nova remessa. Passaram em menos de 1 ano de 7 para 10 euros?? Isto é inacreditável!
Com esta boa sequência de acontecimentos, apeteceu-me logo tratar de outra vida, mas lá dei mais uma volta aos rapalas e aos fios. Depois do rombo que os barbos do Douro me deram nos rapalas flutuantes, estava na altura de pelo menos ter alguns para uma emergência. Lá comprei 3 a 7 euros cada. Podia ter feito melhor negócio noutro sitio, mas não foi muito mau! Em termos de fios, voltei ao local de partida e lá me deparei com um fio Asso Ultra 0,18. Já tinha comprado em 0,12 e não tinha ficado muito satisfeito. Olhei para a resistência: 6kg! 6 kg? Num 0,18? Até tirei uma foto. Resolvi comparar este valor com o que se encontra noutras lojas e com a informação da marca. Na Filipe Calvão, também aparece a mesma resistência. Na marca, a coisa já é diferente: 3,2 kg à data deste post. Quem é que está a falar verdade? Lote especial para Portugal? Andamos a brincar ou alguém me consegue explicar o que se passa? Quem tem que pagar as favas é o pobre pescador! Paga para comprar e paga quando vê bons troféus a partir o fio! Sobra sempre para o mesmo!
No global, o sentimento que resulta das demarches realizadas esta semana junto das lojas de pesca é de frustração. Claramente, continuamos a ter uma qualidade de oferta bastante deficiente e que deixa muito a desejar. Também temos algumas situações menos claras que não conseguimos perceber e que nos obrigam a estar sempre com o olho aberto. Perante isto, a solução mais razoável é continuar a buscar alternativas online ou mesmo fora do nosso país, procurando sempre o máximo de informação sobre os produtos que pretendemos comprar.
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