Sábado, dia 15 de Maio de 2010, destino – Rio Távora na povoação de Peroferreiro. Nesta área de planicie e vale agrícola, o rio encontra-se no seu troço superior e apresenta uma sequência bastante interessante de poços, correntes e alguns açudes. Juntando a isto a antiga fama do Távora em termos de trutas, resolvi passar por lá para averiguar o estado do seu património truteiro. Já tinha estado na área de Peroferreiro há mais de 10 anos, e na altura tive a oportunidade de ver pelo menos duas excelentes trutas, que não consegui cravar. Portanto, estava na altura de voltar ao lugar do crime!
Arranquei de Figueira de Castelo Rodrigo já tarde (8h30) e cheguei a Peroferreiro às 9h15. Passei por cima da ponte que cruza o rio Távora e encaminhei-me para o muro de um grande açude que se encontra na zona (área de piquenique e banhos). Nenhum carro, nem sinais de pescadores nas margens. O rio apresentava boas condições de caudal e de cobertura vegetal, mas a água pareceu-me ligeiramente suja. Também notei que existiam algas com bom crescimento e algumas bastante negras.
Entrei no rio com o meu material de light spinning e bati duas horas para montante. Lançamentos milimétricos a cobrir todos os pontos onde poderiam estar as trutas. Nem um peixe! Mas é que nem um! Nem bogas, nem barbos, nem escalos e nem alevins na margem! Trutas, nem pensar! O que motivou a andar tanto tempo foram sobretudo as memórias do passado e o potencial truteiro e beleza natural do rio. No entanto, passadas 2 horas sem sinal de vida dentro de água, achei que já não valia a pena.
Não compreendo o que se passou. Em pouco mais de 10 anos, algo de catastrófico se deve ter passado neste rio, ou então tive um azar tremendo. O troço de rio é verdadeiramente espectacular para o desenvolvimento de trutas e de alguns bons troféus. Basta ver algumas das fotos deste post.
Não consigo perceber como é que este cenário é possivel. Cheira-me a poluição da grossa ou algo pior, mas não pude confirmar. Já há alguns anos atrás se falava disso, mas pensei que algo tivesse sido feito para mudar a situação. Bem … não vale a pena continuar a levantar hipóteses … Penso que só alguém bem conhecedor desta situação é que me poderá esclarecer. Se souberem o que se passou neste rio, agradecia se pudessem comentar este post. Gostaria de ficar esclarecido … e gostaria que todos ficassem esclarecidos. O que vi não augura nada de bom e gostaria de voltar ver as bonitas trutas do Távora … 🙂
Caro amigo o rio Távora á cerca de 4 anos sofreu uma descarga da fábrica de leite existente a montante perto de Trancoso, o que levou a que muitas trutas deixassem de existir, e para compor a coisa, a barragem do Vilar que tinha excelentes trutas, á cerca de 2 anos secou, e o pouco que havia acabou por morrer. Agora só existem e muitas(carpas)e barbos, principalmente na zona do freixinho.
Caro Luís. Obrigado pela sua explicação. Bem me parecia que havia dedo criminoso na história. Pena é que ninguém tenha tomado medidas para procurar restaurar o ecossistema depois do sucedido. Não sei o que as nossa entidades andam a fazer (ICN + AFN), para além de gastar mal o dinheiro dos nossos impostos. Gostava de saber porque é que não se obrigou os poluidores a pagar pela reparação de todos os danos ambientais. Este rio merecia uma limpeza completa de todo o tipo de poluições, seguida rápidamente por uma tentativa de repovoamento com alguns poucos exemplares de trutas autoctones que ainda possam existir. Deixar as coisas como estão é um comportamento vergonhoso que condena à morte um dos rios mais emblemáticos para a pesca à truta na Zona Centro!
boas . eu sou de peroferreiro e desde ke me lembro de la pescar nunca tirei trutas . algun barbos escalos bogas poucas maS principalmente fardetas .as pessoas mais antigas vistavam muitas trutas nesse local mas nunca mais se tornaram a ver . n a maneira nenhuma de repovoar o rio outra vez . agradecia resposta para o mail . tiago.s.lemos@gmail.com
Antes das descargas poluentes que nada deixaram 🙁 … existiam grandes trutas em Peroferreiro.
Pesquei por lá há alguns anos à amostra, algures em Maio e visualizei duas boas trutas (acima de 30 cm) em poços de boa dimensão. Consegui ter uma truta cravada na corrente por debaixo da Ponte de Peroferreira, mas fugiu …
Trutas existiam … agora não eram nada fáceis de pescar … Eram trutas indigenas, bravas e extremamente manhosas.
O crime que aconteceu no Tavora, não tem perdão!! Nunca este rio será o mesmo …