Seixo do Côa – Escalos ao spinning.

Seixo do Côa – Escalos ao spinning.


Sábado, dia 5 de Junho de 2010. Depois de uma ausência prolongada dos locais de pesca devido a motivos profissionais, estava na altura de voltar às minhas aventuras atrás das trutas. Aproveitando mais uma deslocação à zona raiana, resolvi revisitar o rio Côa, desta vez na localidade de Seixo do Côa. Nesta linda aldeia, o rio apresenta uma boa sequência de açudes e correntes, e como tal existem condições para tentar pescar algumas trutas. Apesar da densidade de trutas não ser muito elevada, existem alguns bons exemplares que pelo seu porte merecem sempre a nossa visita.

Como é costume por estas bandas, acordei tarde e só cheguei ao rio por volta das 10 horas da manhã. Parei o carro numa pequena entrada, junto à Ponte de Seixo do Côa. Nesta zona existe um bom açude onde vem desaguar um pequeno ribeiro de águas bastante limpas. É claramente o sitio ideal para começar a pescar. Com uma largura de margem a margem de cerca de 60 metros e profundidade média de 3 metros, esta zona do rio apresenta caracteristicas adequadas para o desenvolvimento de grandes troféus. Animado por esta esperança, peguei no material de light spinning e comecei a lançar de forma intensiva, batendo a área a milimetro. Com o céu limpo e uma temperatura entre os 20 e 30º C, as trutas deviam estar de olho bem aberto e portanto iscos minimalistas deviam ser os mais produtivos.

Lentamente fui avançando para montante, mas nem sinal de truta. Comecei a ver alguns escalos de bom tamanho no rio e alguns a perseguir a colher de forma bastante interessada. Na minha cabeça surgiu logo a ideia de que o melhor era ter trazido a cana de 4,5 metros para pescar à minhoca! Mas não desisti e fui avançando calmamente até chegar a um grande açude, a 500 metros para montante da Ponte de Seixo do Côa. Aí sim, vi escalos! Debaixo das árvores não faltavam cardumes. Entro a um local mais desimpedido e realizo um lançamento 50 metros para montante e tenho um toque. Corrida rápida e depois pouca luta. Era um escalo à colher 🙂 Nem davam hipótese às trutas de morder!

Com os escalos a demonstrar actividade ao spinning, resolvi mudar logo de estratégia. O melhor era trocar a colher pelo rapala. Assim fiz e meti o CD-3 cor S (silver). Os resultados não se fizeram esperar e na seguinte 1h30 tirei 4 escalos com o maior a medir 23 cm (foto). Apesar de os escalos terem menos força do que as trutas durante o combate, não deixavam de colocar um desafio interessante ao nível do lançamento e do trabalhar da amostra. Com a silhueta bem disfarçada na margem, lançamentos a cair perto do escalo e um trabalhar de peixe ferido, conseguiam-se obter mordidelas que, nalguns casos, eram bastante fortes.  Estava a divertir-me à séria!

A atracção pelos escalos levou-me até à hora do almoço (2 das tarde). Trutas nem vê-las! Apesar de ter visto excelentes poços e correntes profundas com grande potencial, não tive oportunidade de ver nem um exemplar. Os escalos é que estavam em grande, mexendo-se atrás de práticamente tudo e não hesitando em atacar iscos que nalguns casos tinham o mesmo tamanho do peixe. Com o rapala de 3 cheguei a capturar um escalo de 7 cm que foi imediatamente devolvido à água.

Provavelmente a combinação do final da desova com o aumento da temperatura da água terão sido responsáveis por este tipo de comportamento de escalos. Um fenómeno que não passou despercebido e que foi aproveitado pelas nossas amostras para realizar alguns estragos. No entanto, a falta de trutas já estava a deixar algumas marcas (saudades) e havia que mudar de sitio 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.