Pesca de Setembro na Barragem de Pisões

Pesca de Setembro na Barragem de Pisões

Depois de uma manhã com algumas peripécias na Barragem de Paradela do Rio, resolvi avançar para os Pisões. Depois de 15 minutos a conduzir por zona de montanha, cheguei à Barragem de Pisões por volta das 14 horas. O cruzamento da estrada que vinha de Paradela com a EN para Montalegre foi o meu ponto de chegada. Mal entrei no cruzamento, nem hesitei! Cruzei a EN e parei imediatamente o carro num caminho de acesso a uma baía da Barragem, onde se encontra uma pequena comporta de descarga de água.

Este local fica entre viveiro e o muro da barragem, apresentando uma boa combinação de zonas planas e pouco profundas com zonas de grandes pedras e de maior profundidade. Portanto, o potencial de esconderijos e abundância de alimento para as trutas estava garantido. O problema era saber onde elas andavam e se queriam morder.

Mudei de material e troquei o light pelo heavy spinning com linhas 0,18 e rapalas de 8 cm X-Rap. Estava na altura do tudo ou nada em Pisões! Interessava-me passar uma excelente tarde a tentar um bom troféu. Os primeiros lançamentos começaram a sair na perfeição e numa sequência pré-definida. O primeiro objectivo era a linha paralela à margem e só depois se realizavam os lançamentos mais longos na perpendicular.

Logo nos primeiros 30 minutos, vi duas trutas com mais de 500 gramas a saltar mesmo no centro da barragem. O vento estava sul e a água estava clara. A temperatura da água estava algures entre os 20/21 graus centigrados, portanto estava quente. Em termos comparativos, a temperatura da água estava ligeiramente abaixo da Barragem de Paradela, possivelmente devido à maior dimensão dos Pisões. No global, estas condições pareceram-me bastante complicadas para conseguir por as trutas a correr atrás dos rapalas! Não acreditei que elas quisessem suar muito 🙂

Bem, lancei para o local onde vi as “meninas” saltonas, mas nem sinal. Cheguei mesmo a meter um rapala com mais de 13 gramas e super afundante, mas nem assim. No entanto, não desisti! Fui sempre insistindo até chegar ao viveiro. Finalmente, já no terminus da minha digressão pela margem direita, entrei numa ponta de pedra mais profunda que entrava para dentro da barragem. Lançamento longo, o rapala começa a mergulhar e sinto peso na linha … tinha cravado peixe! Comecei a arrastar, mas não senti grande luta! Lá trouxe o peixe até à margem mantendo a tensão na linha e quando já estava perto de mim, percebi que era um lucioperca pequeno. Afrouxei a tensão e soltou-se imediatamente! Não estava bem preso. Bem, melhor assim! Não se perde nada de importante! 

Perante este facto e depois de 2h30 seguidas a bater, resolvi voltar ao carro e mudar de local. Ia fazer uma última tentativa, antes de deixar Pisões e voltar para o Porto. O dia estava claramente dificil, mas a fome de pesca estava a puxar pelo pescador.

Peguei no carro, passei a barragem para o outro lado e escolhi uma zona mais montanhosa para entrar na margem esquerda. Mais uma vez, decidi-me por uma baía que ficava na linha de entrada do vento sul. Com a maior parte da alimentação a ser arrastada para ali, pensei que talvez houvesse mais sorte. Comecei a bater numa ponta de pedra onde a profundidade não era muito elevada. Visualizei logo um peixe manhoso ao primeiro lançamento … era uma achigã pequeno. Segundo lançamento, e vejo uma senhora carpa com mais de 6 kg a passar-me à frente. Ainda lhe passei o rapala em frente ao nariz, mas nem pensar!

Bem, a minha sina  estava quase fixada. Eram mais 30 minutos de pesca para começar a traçar o caminho para casa, pois já eram quase 18 horas. Lá insisti na entrada da baía e vi um bicho com mais de 3 kilos a passar-me à frente. Com um complexão fusiforme, parecia-me algo entre uma truta e um salmão. O que seria? Lucioperca não era e de rapalas não gostava! No final e depois de muito pensar, fiquei sem saber o que era.

Entrei nos últimos 10 minutos de pesca, já muito perto do centro da baía e com a sombra a começar a bordear as margens. Começou a aparecer um velhote da velha guarda a corricar de barco. Lá foi fazendo as margens com calma, e pareceu-me que andava a arrastar as amostras a 2 ou 3 metros de profundidade. Não se via ambiente de ter grande sorte! Já nas últimas, arranquei dois lançamentos ao longo da margem. No primeiro, levo um toque de um pequeno peixe que se solta. Parecia achigã. No segundo, levo uma cravadela de um pequeno achigã que fica preso e acaba por sair. Um lindo exemplar que não devia estar numa barragem de trutas!

Com esta captura, o dia estava feito! As condições estavam bastante dificeis e as trutas estavam em zonas mais protegidas e águas mais frias. A acção de pesca esteve a bom nível. Consegui o que queria … passar um dia descansado numa zona belissima.

No final, ficaram as emoções de mais uma jornada bem passada atrás das trutas. Pura Beleza 🙂

Related Posts with Thumbnails


Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.