Na nossa incessante procura de iscos cada vez mais inovadores para a pesca à truta ao spinning, deparamos com mais uma proposta original dos nossos vizinhos espanhóis: a SaltSinker Evolution. Produzida pela empresa Sator & Fata, estas colheres enquadram-se dentro de uma gama de produtos inovadores que pretendem oferecer maior valor acrescentado ao pescador dentro de uma visão de responsabilidade ambiental
Todas as colheres SaltSinker são produzidas manualmente e são desmontáveis. De modo a aumentar o seu poder atractivo dentro de água, esta amostra apela não só ao sentido visual e à linha lateral dos peixes, mas também ao olfacto e às pupilas gustativas. Pois é!! A evolution incorpora nanoparticulas odorosas e gustativas que visam aumentar substancialmente o poder atractivo da amostra. Caso os pescadores considerem que estes atributos ainda não são suficientes, podem sempre adicionar um streamer (dentre 340 disponiveis) ou um isco natural à colher para a tornar irresistivel.
Na versão normal, a colher Evolution tem pesos que variam entre os 4 e os 9 gramas. Existem 16 modelos diferentes de folhas disponiveis, todas com combinações de cores diferentes. Todos os modelos têm o mesmo preço unitário: 3,5 euros (incluindo IVA e portes para Espanha) e são entregues num prazo que varia entre 5 a 10 dias. Para aqueles que desejem customizar a sua colher (que é desmontável) ou simplesmente substituir alguns componentes que estejam gastos, existe a opção de comprar peças individuais, cujos preços variam entre os €0,15 e os €0,90. No que diz respeito ao spinning em água doce, estas colheres destinam-se sobretudo à pesca de trutas médias a grandes (comuns e mariscas) e salmões.
Para conhecer melhor a eficácia da Evolution Normal, podem visualizar o video abaixo:
Para as trutas médias a pequenas, existe a SaltSinker Evolution Mini. Esta versão é mais pequena do que a normal, apresentando a possibilidade de ter um peso menor ou maior em função da montagem que seleccionarmos. Tal como na versão standard, é possibilidade desmontar a amostra rápidamente sem a tirar da linha de pesca, substituindo-se de imediato a folha, os pesos ou o anzol que estejamos a utilizar. A versão mini está disponivel em 23 opções que variam sobretudo ao nível das nanoparticulas odorosas e gustativas que são incorporadas nestas colheres. Nem todas as opções são as mais aconselháveis para a truta. A selecção terá que ser realizada em função da informação que é disponibilizada no site da marca.
Apesar de não conhecermos bem esta marca e os seus modelos, existem boas referências de qualidade que lhe são conferidas por alguns prémios granjeados a nível local e internacional. É claramente uma proposta que nos agrada e que pode fazer a diferença numa pesca de maior qualidade em que a customização da colher é um factor fundamental.
O que nos agrada especialmente nestas amostras e nos faz crer que elas poderão ter grande potencial, é o facto de elas terem sido desenhadas, concebidas e testadas em Espanha. Com uma grande poximidade genética entre as trutas dos dois países, penso que existe uma grande probabilidade de que as trutas nacionais também correspondam bem a estas amostras. A juntar isto, também há a elevada possibilidade de customização que torna esta colher num isco todo o terreno e logo bastante atractivo para o pescador pela grande panóplia de combinações que permite.
Agora … fica ao vosso critério 🙂

Mau, mau, não fui capaz de acabar de ler a página principal no site da marca, pois faz referência a várias práticas desportivas totalmente proibidas em todas as Comunidades Autónomas de Espanha.
Pois … relativamente a isso não sei ..
Mas as amostras não me pareceram muito ilegais .. e até me parecem bastante interessantes.
Deve existir aqui algo que não faz muito sentido …
Um abraço,
Boa tarde.
Bem, vou-me explicar. Cá há algo que não bate certo.
Estas colheres foram desenvolvidas por uma empresa que tem a sede em Girona, Catalunha, por tanto deveram ser testadas em aguas doces de Catalunha-Pirineus-Ebro, uma zona que destaca…, pela ausência de trutas. As poucas trutas autóctones de estirpe mediterrânica muito antiga, diferentes da nossa truta atlântica, “douro”, que é predominante em Portugal, estão em perigo de desaparecer pela degradação dos cursos fluviais, pesca excessiva, e por hibridação com trutas repovoadas de Europa Central, sobrevivendo só nos ribeiros de alta montanha dos Pirineus.
Esta empresa faz apologia na sua página da pesca sustentável, “catch and release”, mas a mim parece-me todo o contrário, é um lobo com pele de cordeiro. Aparentemente estas amostras foram desenhadas para os pescadores poderem pescar em zonas “sem” peixe, e podem acabar com os poucos recursos piscícolas existentes na zona. O problema é que a pesca se esta a converter cada vez mais num negócio, e os pescadores em vulgares consumidores, numa corrida aloucada em despesas a tecnologia cada vez mais avançada para continuar a pescar. A política de conservação da natureza em Espanha é péssima, o governo central do estado,e os governos das Comunidades Autónomas, começaram por entregar os rios às grandes empresas hidroeléctricas, continuando como o não controlo da poluição, redução de caudal por baixo do caudal ecológico por captações ilegais para rega, etc,etc, e tudo o que possam imaginar; o que tem levado a que as estatísticas de pesca anuais sejam cada vez piores, por exemplo, em Navarra já não há trutas, e o governo teve de proibir a pesca durante (acho que)três anos, e em outras Comunidades Autónomas como Castela e Leão, a normativa de pesca é cada vez mais restritiva, para a temporada actual 2011 foi totalmente proibida a pesca da truta com isco natural, o que nos leva ao de antes, a pesca é um negócio, em vez de preocupar-se em conservar e proteger os rios, para que haja mais pesca, as poucas trutas que há só as deixam pescar com material cada vez mais caro.
Por tudo isto não gosto destas amostras, são o reflexo do que esta a acontecer em Espanha, e pode vir a acontecer também em Portugal no futuro.
Os amigos pescadores de Trás os Montes e do interior do pais, não se admirem que este ano haja mais espanhóis a pescar em Portugal, pois agora em Leão a pesca com minhoca, e saltão, e grilo, e o resto de iscos naturais está proibida.
Abraço a todos.
Já vi que vamos ter uma abertura bastante movimentada na zona raiana. 🙂
Boas!
Mas ao Pingo Doce, estas colheres foram assim tão maléficas para as trutas?
Não percebi o teu ponto de vista em relação a estas colheres….
A mim, e do ponto de vista de consumidor de colheres, tem bom aspecto…embora com algumas coisas a mais…como o simbolo pirata desenhadas nas colheres…mas enfim!!
Abraço
Boa noite, Miguel. O que opino destas colheres é que podem ser “pão para hoje e fome para amanhã”. Não duvido da sua maior eficácia. Muitas vezes as trutas vão atrás da amostra e ao achegar-se receiam, provavelmente se aquele elemento estranho que entrou no seu meio a girar, lhes cheira, vai ser mais vezes atacado. Na sua página web, o fabricante tem uma dupla linguagem, começa falando de pesca sustentável, “cath and release”, mas mais à frente fala abertamente de práticas totalmente proibidas em Espanha, como quando da a entender que as suas amostras são melhores para pescar que largar ração de peixe na agua, por exemplo, e outras coisas. A mensagem implícita é que as amostras realmente dão peixe. Tendo em conta que os rios da zona onde foram desenvolvidas estão “queimados”, determinados iscos devem ser proibidos pela sua efectividade, porque podem levar a pressão pesqueira além da sustentabilidade, podem “extinguir” as trutas. Quem use essas mostras provavelmente vai pescar, e enquanto pesca esta feliz, mas entre tanto fecha os olhos ao deterioro dos cursos fluviais por muitas caisas. Não somos os pescadores quem acabamos com as trutas, mas, em linguagem taurina, podemos dar-lhes a última estocada.
causas
Ola Pingo Doce!
Com muita sinceridade, nao vi bem o site..apenas vi as amostras. Nao sei se realmente fazem alusão a práticas ilegais, se fazem estão errados!
Mas o que dizes pode acontecer com outro tipo de colheres…o uso de um determinado tipo de colher num determinado rio a uma dterminada hora pode limpar o que la estiver….agora existe sempre a consciencia de cada um de nós!
Abraço!
Miguel
Temos que ser desportivos, e não predadores. Eu gosto de levar as trutas e come-las. Mas temos de dar-lhes uma hipótese. Não se pode pescar(muito)todos os dias. Se um isco é muito eficaz, afinal essa eficácia volta-se contra nós. Se os rios forem limpos, não houver barragens, não os secarem ou envenenarem no verão, a sua capacidade de regeneração seria muito maior, até se os repovoarem com juvenis de exemplares tirados do mesmo rio. Mas…, isso não é o que temos.
Abraço.
Concordo plenamente.
Qualidade é claramente mais importante do que quantidade. É nessa base que pesco e já foram muitas as vezes que abandonei o pesqueiro, porque considerei que já tinha tido a minha conta. Há dias das trutas e outros dos pescadores. Nos dias dos pescadores convem ter alguma calma e evitar o frenesim da captura fácil.
Um abraço,