Dia 10 de Junho de 2011. Feriado nacional, dia da pátria e como tal nada como uma comemoração à beira rio e atrás das trutas “nacionais”. Depois de uma noite bem passada, só consegui acordar por volta das 10h30 e como tal as opções já não eram muitas. Dentre os vários cenários de pesca que me foram passando pela cabeça (considerando sobretudo a probabilidade de a concorrência já por lá ter passado), surgiu um que me pareceu bastante interessante …. Voltar a visitar o Neiva por alturas de Ponte de Anhel.
Apesar de o dia estar relativamente quente e com o céu claro, parecia-me possível conseguir mexer algumas trutas naquela zona. Isto porque a cobertura vegetal do rio é de tal maneira densa que as trutas mantêm a sua actividade normal, mesmo em dias muito quentes e de sol forte.
Como me levantei tarde, cheguei a Ponte de Anhel por volta das 11h30. Lá me preparei e fiz-me ao rio mesmo junto à ponte. Levava o fio 0,12 equipado com uma amostra Mepps Aglia nº 1 dourada de pintas pretas. Os primeiros lançamentos surgiram mesmo a jusante da ponte, num pequeno açude, e vi a primeira trutita a dar uma corrida atrás da colher. Tinha cerca de 14 cm e só quis apreciar o isco!
Perante esta primeira experiência, avancei para montante, com destino marcado até à ponte da A3. Escolhi a margem esquerda e notei, desde logo, que a densidade vegetal da margem era muito superior à do ano passado, o que me colocou enormes desafios em termos de lançamentos. Efectivamente, em alguns troços de rio, só conseguia pescar em cada 70 a 100 metros, devido ao emaranhado de silvas, fetos e salgueiros. Só mesmo nos primeiros metros perto da Ponte de Anhel é que existiam alguns buracos largos que tinham sido criados pelos pescadores.
Durante a primeira hora de pesca, pouco tenho a relatar. Os lançamentos foram-se sucedendo e as trutas estavam quase imóveis. Lá havia uma ou outra a vir ver o isco, mas nada de morder. Registo, no entanto, que a abundância de trutas se mantém desde o ano passado, com algumas a registar bom tamanho. Como exemplo, tenho o facto de ter observado pelo menos 4 bons exemplares à saída de um pequeno ribeiro afluente na margem esquerda. Estavam alinhadas em fila na corrente e nem se preocuparam com a amostra.
A pescaria foi continuando e cheguei a uma zona com um moinho e um pequeno açude junto a uma ponte. Neste local, tinha tirado uma truta razoável no ano passado e como tal resolvi insistir por ali. O esforço quase que compensou, já que mesmo na queda de água do açude me entra uma truta quando a amostra já estava a sair fora de água à contra corrente. Eu cravei com força, a truta saltou, soltou-se e caiu mesmo num buraco no muro do açude, onde existia ainda água com alguma profundidade. Ainda a tentei procurar, mas vi que o buraco tinha comunicação com o açude. Esta tinha sido mais fina e teve sorte 🙂
Com esta peripécia avancei para montante e fiz os restantes 500 metros até à ponte da A3. Foram 50 minutos de pesca excepcionais pela qualidade de trutas que vi. Nas zonas mais encobertas, tive a oportunidade de visualizar várias trutas de bom tamanho (até 30 cm). Todas estavam bem alimentadas e eram senhoras do seu nariz, acompanhando a amostra, mas sempre a uma distância de segurança. Bem as tentei, lançando 4 a 7 vezes no mesmo sitio, mas era só perder tempo.
Já no final da pescaria, e numa corrente com bastante algas, consigo finalmente tirar um exemplar. Realizei um lançamento para jusante e mal a colher faz os primeiros metros cravo uma truta que deveria estar atrás de uma alga. Ela deu dois saltos fora de água, mas estava bem cravada. Era um belo exemplar do Neiva, com cerca de 15 cm e foi rapidamente devolvida à água.
Regressei à Ponte de Anhel por volta das 14 horas. Entrei acima da Ponte Velha e olhei para baixo. Vi uma boa truta de 35 cm em cima de uma zona de areia com cerca de 40 cm de água. Ela viu-me logo e começou a avançar muito lentamente para o centro do rio e depois encaminhou-se para debaixo da ponte. Fiquei perplexo! Que linda truta para terminar o dia!! Nem lancei … era só perder tempo 🙂 A pescaria tinha sido muito boa, só pelo contacto visual com as trutas, e este último momento foi a cereja no topo do bolo. Espero que o Neiva em Ponte de Anhel se mantenha assim por muitos e bons anos – dificil de pescar e com muitas trutas de grande qualidade.
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