3 horas ao spinning no Rio Cávado.

3 horas ao spinning no Rio Cávado.

Mais uma manhã de pesca de Julho e algumas indecisões sobre onde deitar o isco. Depois de alguns dias de tempo mais quente, com céu bastante claro e vento forte, achei que as trutas estariam bastante desconfiadas e portanto só um golpe de sorte as podia por a morder. Atendendo a este estado de coisas, resolvi que valia a pena visitar um rio de grande caudal … com mais espaço, as trutas poderiam andar mais despreocupadas e talvez eu tivesse sorte de apanhar alguma barragem a debitar e como tal, boas correntes para pescar. De entre as várias opções óbvias, escolhi uma que ainda não tinha utilizado a sério este ano: o Cávado.

O meu destino era o Cávado na zona de Amares, procurando entrar nas zonas com maior profundidade e cobertura vegetal. Como acordei um pouco tarde, só cheguei ao local de pesca por volta das 9 horas da manhã e portanto já antevia que a jornada fosse complicada. Com altas temperaturas e níveis de luminosidade, as zonas de sombra e água mais fria eram aquelas que pareciam oferecer maior potencial para encontrar alguns bons exemplares com níveis razoáveis de actividade. Era nesses locais que interessava insistir.

Como é hábito no Cávado, deparei-me logo com concorrência nas margens. Efectivamente, não faltavam pescadores na zona, chegando pelo menos a contar entre 4 a 5 em cada muro dos açudes. Impressionante!! Em vários anos de pesca no Cávado, nunca vi uma pressão de pesca tão elevada! Será que o número de aficionados ao nosso desporto tem aumentado na zona 🙂 ? Um bom sinal!

Com o caudal em baixo, sinal de que a comporta da Caniçada estava fechada, resolvi apostar no material de light spinning adaptado a massas de água mais extensas. Assim, adicionei a cana Silstar Powertip de 2,10 metros á tipica linha 0,12 e colher Mepps Aglia nº1. Interessava maximizar a distância dos lançamentos enquanto procurava pescar o mais leve possível, de modo a tentar as trutas mais dificeis. Enfim, trutas fáceis é que não deveriam aparecer naquela zona 🙂

Os primeiros lançamentos começaram a sair à medida que ia avançando para montante na margem esquerda. Comecei por procurar as zonas mais centrais do rio, os poços perto de grandes pedras e os locais com sombra na margem. Surgiram os primeiros sinais de peixe, mas nada de trutas a seguir a amostra. Vi alguns peixes a mosquear fora de alcance, mas não consegui distinguir se eram trutas ou escalos. Só passado meia hora é que vi a primeira truta a deambular pela margem, mas totalmente furtiva.

Entretanto, e sem grande peripécias para contar, cheguei ao primeiro açude onde visualizei três pescadores. Nem havia espaço para deitar a linha. Fui apreciando a pescaria dos artistas, mas para além de fazerem barulho, pouco mais vi. Focalizei-me então na zona acima do muro do açude, mesmo na minha margem. Vi alguns peixes com tamanho razoável estacionados por entre alguns ramalhos. Eram achigãs. Troquei a Mepps pelo Rapala Floating de 7 cm e toca a lançar. Logo ao primeiro lançamento, e depois de dois toques de cana, vejo movimento e um dos peixes avança e cravo imediatamente. Já estava preso. Lá tive que manobrar e evitar os ramos dentro de água para o colocar ao alcance do camaroeiro. Ainda me demorou três minutos, porque se conseguiu enrodilhar á volta de um ramo. Com calma, consegui po-lo outra vez à minha feição e rapidamente o pus na minha mão. Era um achigã do Cávado com umas cores excelentes.

Trutas é que não se viam. Ainda avancei para montante e vi mais uma ou duas trutas a fugir, mas a presença maciça de pescadores para montante não dava hipótese. Resolvi voltar para o carro e bater uma zona mais a jusante com maior profundidade e muita cobertura vegetal. Voltei à Mepps nº1 e ataquei o local com calma. Não tinha mais de 100 metros para bater, mas se haviam algumas trutas iam estar por ali e não me enganei!!

Vi pelo menos 8 trutas a seguir a amostra e levei três toques sem conseguir capturar nenhuma. Uma delas tinhas mais de 35 cm, mas pouco mais fez do que se seguir a amostra a uma distância de segurança. Tentei deixar a amostra profundizar o mais possível, mas mesmo assim não consegui melhores resultados.

Já no final da manhã, ainda vi um achigã de cerca de kilo que seguiu a Mepps e deu-lhe um pequeno toque, mas nada de cravar. Enfim, atendendo à pouca actividade das trutas, achei que não valia a pena continuar. Tinha que ir à procura de águas mais favoráveis. As trutas do Cávado estavam muito dificeis 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.