Condições no rio Côa – Abril 2012

Condições no rio Côa – Abril 2012


Durante o fim de semana de Páscoa, fui fazer uma visita à zona da Guarda, mais concretamente a Figueira de Castelo Rodrigo, onde tradicionalmente costumo celebrar a maioria das festas religiosas. Com compromissos familiares em cima, vi logo que a disponibilidade para pescar não ia ser muita. De qualquer forma, ainda aproveitei um passeio ao Sabugal para visitar um dos grandes rios truteiros da zona centro: o rio Côa.

Como era de esperar, a cana foi no carro e ainda saiu duas vezes para ver se mexia alguma truta de bom tamanho nalgum açude para jusante da Rapoula do Côa. Atendendo à época, as minhas esperanças não eram muitas, e como tal, para ter algumas chances, recorri ao light spinning, com linha 0,12 e mepps aglia nº1. Obviamente, que nem rasto de truta vi, mas também não pesquei mais de 30 minutos, no global.

O que claramente me chamou mais atenção, nesta breve expedição, foi o caudal do rio Côa. Tal como pode ser visto nas fotos, o caudal para jusante da Rapoula do Côa, já apresenta níveis que eu considero típicos de Julho. As correntes estão bastante fracas e verifica-se já um forte crescimento da algas.

A temperatura da água não estava muito fora do esperado para esta época do ano (relativamente fria), devido sobretudo às condições climatéricas adversas que se faziam sentir no fim de semana de Páscoa (cerca de 2 a 5 graus centígrados, em algumas áreas). Isto não implica que as trutas não estivessem em actividade, no entanto, eu não consegui vislumbrar nenhuma, mesmo estando um tempo de trovoada.

Pela negativa, continuo a verificar que os níveis de poluição (espuma branca) no rio Côa, se mantêm relativamente inalterados. É incompreensível que isto continue a acontecer, especialmente numa altura em que os caudais são bastante baixos. Com menos água para diluir os produtos tóxicos, torna-se óbvio que as trutas tenderão a ser cada vez mais afectadas e podem se tornar vitimas mortais fáceis, se entrarmos num Verâo de seca extrema, como tudo parece indicar. Perante este estado de coisas, penso que se impõe uma maior rigidez da parte da entidades ambientais na vigilância deste tipo de coisas, senão podemos correr o risco de vir a perder uma grande parte das populações de trutas que habitam nas troços mais baixos de alguns dos nossos rios mais emblemáticos, nomeadamente, Côa, Zêzere, Neiva, etc.

Finalmente, e atendendo às actuais condições do Côa, penso que a primeira chuva a sério que cair neste rio, pode levar a pescarias muito interessantes. Eu não vi as trutas durante os breves momentos em que pesquei, mas elas certamente estarão lá, e algumas devem apresentar tamanhos impressionantes. Como alguém já me disse há muitos anos: “Trutas do Côa?? Só de camaroeiro!!” 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.