Finais de Julho e mais uma jornada marcada para desfrutar da pesca à truta em companhia de amigos. Desta vez, o grupo era constituído pelo João Dias, Professor Arlindo Cunha, Dr. Manuel Pintalhão e a minha pessoa. O motivo para nos juntarmos, acabou por ser a realização da Feira da Caça e Pesca em Ponte de Lima. Com a obrigatoriedade de estar presente, o digníssimo Presidente da Fencaça, Sr. Eng. Jacinto Amaro, resolveu convidar-nos para nos juntarmos a ele neste evento. Nós para retribuirmos, resolvemos oferecer um lanche ao final da tarde nas margens do Rio Coura com algumas das iguarias da zona Norte, nomeadamente com um excelente leitão do Restaurante Ponte do Neiva.
No entanto, havia que passar o tempo até à hora do lanche e como tal, o grupo dos fanáticos da pesca à truta (os quatro da ordem) resolveu marcar encontro no Restaurante Ponte do Neiva às 8h00 para depois avançar para o local de pesca. O pessoal do Porto/Maia chegou à hora e rapidamente, em conjunto com o João Dias, planeamos o ataque ao Rio Coura. Iríamos começar na zona de Vilar de Mouros para comprovar o estado do rio e depois avançaríamos para montante, à procura dos melhores locais para pescar. Como estávamos no final de época, eu não antecipava boas condições em termos de caudal. Tudo iria depender do funcionamento das barragens.
A primeira paragem em Vilar de Mouros revelou-se infrutífera. O caudal do rio estava excessivamente baixo e não existia qualquer indício que a Central de France pudesse começar a debitar de um momento para o outro. Perante isto, resolvemos avançar para montante e tentar fazer um pequeno troço, desde a Central de France até ao lugar de Sopo. Paramos os carros na margem direita do rio e tentamos procurar um lugar de entrada no rio. A vegetação estava muito densa e depois de alguma procura, resolvemos romper por uma zona mais aberta e passar para a outra margem, onde se caminhava muito melhor.
Íamos todos equipados com material de light spinning, à excepção do João Dias que ia pescar à mosca seca. Começamos a pescar para jusante, procurando sobretudo atacar os poços de maior dimensão, pois com a falta de caudal, as correntes estavam atoladas de ervas e algas e como tal eram quase impossíveis de pescar.
Comecei numa zona com muita erva e pouca profundidade, mas não consegui tirar nada. Ainda vi duas trutas pequenas atrás do isco, mas não estavam com vontade de morder. Os lançamentos estavam a sair bem, apesar de estar a pescar com o carreto novo. Sintoma de que me estava a habituar rapidamente ao seu funcionamento e peso.
Sem novidade no primeiro local, avancei para jusante à procura de um novo paradeiro e encontrei uma zona com muitas árvores e com alguma profundidade. Realizo dois lançamentos para montante e nada mexeu. Depois resolvi lançar na perpendicular para debaixo de umas árvores densas na outra margem. A colher caiu no sítio planeado, comecei a recolher e quando a colher faz os primeiros 3 metros, vejo uma sombra a sair da margem. Ela avança no sentido da colher, aumenta a velocidade, encosta-se à colher e eu paro a recuperação ligeiramente … a truta abre a boca e eu cravo. A água começa a explodir e eu verifico que tenho uma truta de bom tamanho na ponta da linha. O barulho começa-se a ouvir e o Dr. Manuel Pintalhão dá sinal aos restantes membros do grupo. Entretanto, a truta foge para cima e para baixo com corridas fortes e eu relaxo um pouco o travão do carreto, que estava a funcionar na perfeição. A truta enrola-se duas vezes na linha 0,12, eu tento desenrolá-la e consigo passado alguns segundos. Com algum cansaço a surgir do lado da truta, tiro o camaroeiro e começo-me a preparar para o desfecho da luta. A truta dá os últimos arranques, meto o camaroeiro debaixo de água, movimento a cana no sentido de alinhar a truta com o camaroeiro, e de um golpe só meto a truta dentro da rede. Já estava 🙂 Uma linda truta do Coura com 34 centímetros, a estrear o novo carreto!! Um bom baptismo … e com uma truta de enorme qualidade.
Depois da captura e das conversas do costume, fizemos o resto do troço até ao Sopo, sem grande novidades. Ainda tirei mais uma trutita e vi um ou dois bons exemplares, mas elas não estavam com grande actividade. Aliás, os meus colegas de pesca não tiveram qualquer sorte no final deste troço, apesar de insistirmos nas zonas com maior profundidade e no açude da zona.
Por volta das 12 horas, demos por finalizado o troço do Sopo e avançamos para montante (Covas). Ainda passamos pela Ribeira de São João de Agra que despertou o interesse dos mais afoitos por águas claras, mas rumamos ao parque de merendas de Covas, onde fizemos um primeiro petisco com algumas iguarias e vinhos de qualidade que já vinham de casa. Após este leve interregno, voltamos ao rio com a seguinte estratégia; o amigo João iria pescar o açude do parque à mosca seca, o Dr. Manuel Pintalhão iria fazer o troço para jusante até à barragem, o Professor Arlindo Cunha iria para montante, e eu iria fazer um pouco de margem para jusante e depois iria para montante para acompanhar o Professor Arlindo Cunha.
A estratégia correu bem, sobretudo para o amigo João Dias que tirou logo duas excelentes trutas na corrente do açude. Foram dois belos exemplares com umas cores impressionantes: uma truta media 27 e a outra 24 centímetros. Os restantes pescadores nada viram na primeira meia hora de pesca. Aliás, a pesca ao spinning estava a ser tão fraca que o Professor Arlindo Cunha resolveu desafiar o João Dias para ir até à Ribeira de São João e como tal o grupo partiu-se em dois, tendo eu mantido a minha rota para montante.
Seguiram-se 2h30 de pesca seguida em que fui até ao último açude, antes da saída da barragem. Pesquei sempre na margem esquerda e tentava ao máximo lançar de longe, pois, com a falta de água, as trutas estavam muito cuidadosas. Durante esta empreitada, vi algumas boas trutas, mas sem grande vontade de se deslocarem atrás do isco, talvez devido ao excesso de pressão de pesca. Ainda consegui tirar 5 trutas, mas só uma tinha a medida de 21 centímetros, enquanto as restantes não cumpriam os mínimos. Aproveitei para me divertir e sobretudo para tentar alguns lançamentos mais complicados em zonas bastante encobertas. Como o dia estava bastante soleado e com calor, já há muito que tinha perdido a esperança de fazer uma grande pescaria.
Terminada esta etapa, voltei ao parque de merendas e reuni-me com o Dr. Manuel Pintalhão. Ele nada tirou e depois de nos prepararmos, resolvemos ir à ribeira de São João, buscar o resto do grupo. Depois de mais de meia hora de espera, lá apareceram os heróis da ribeira de São João, com o Professor Arlindo Cunha bastante satisfeito pela experiência vivida e pelas 4 trutas capturadas na zona. Sem mais, e porque já estávamos atrasados, avançámos para o parque de merendas de Paredes de Coura, onde nos juntámos aos nossos ilustres convidados do Alentejo. O leitão quentinho veio ter connosco e o que se seguiu foi mais um testemunho de que a pesca é um factor extremamente importante para permitir um convívio saudável.
Bem haja a todos os que participaram e esperemos que no próximo ano se volte a repetir esta gloriosa jornada 🙂
Boas!
Deve ter sido um grande encontro de amigos principalmente e depois de grandes pescadores!
A tainada como sempre não pode faltar! 🙂
Abraço
Boas Miguelinho 🙂
Mais do mesmo!! Já sabes como é que são estes assuntos de extrema importância para o bem estar geral. Só faltaste mesmo tu!!
Abraço,