Como primeiro contributo para este distintíssimo site, vou relatar uma pescaria no Rio Lima efetuada por mim, o meu caro amigo Rui e mais para o fim pelo Torres, na passada Quarta-feira.
Esta tratava-se da segunda pescaria da semana neste rio, sendo que a primeira foi realizada na Segunda da parte da manhã, mas sem grandes feitos para relatar. Tendo sido combinado em cima do joelho entre mim e o Rui, decidimos abordar a zona contrária à Ecopista, eu na vertente do spinning e ele para a pluma. Chegamos ao rio por volta das 10h e prontamente nos equipamos, decidindo que iriamos descer o máximo possível a partir da nossa posição e avançando gradualmente para montante.
Tinha então início a faina! Sem grandes complicações, atacamos o primeiro troço do rio, ficando o homem das plumas com as correntes mais rasas e eu ataquei os poços mais fundos, equipado com cana de 1,8m, fio 0,16 sufix e mepps aglia nº 1. Lançamento após lançamento, ia reparando que as ervas me iam dificultar imenso a tarefa, apesar de ter muita área para bater. Os lançamentos para montante do primeiro açude revelaram-se infrutíferos e quando dei por mim estava a apreciar os ataques que a mosca do meu companheiro sofria e estudando o terreno que me circundava, verificando que a jusante do açude tinha uma boa zona, profunda e com uma corrente inicial muito apreciável, tornando-se muito apetecível para mim.
Depois de alguns lançamentos bem medidos para a corrente, mas sem resultado prático, decidi tentar colocar a amostra o mais perto da margem possível, em zonas de água mais calma e o resultado não se fez tardar, já com o Rui ao meu lado, sinto um ataque terrível, que cravei instintivamente, a ponteira dobrou imediatamente e aliviei logo o carreto porque o tinha bem travado por causa das ervas que me iam atormentando até então. A luta começou e fui-me questionado se era peixe, ao qual respondo que não era dos pequenos, já o tinha quase aos meus pés, parecia ser uma boa truta numa primeira impressão, mas quando sobe mais um pouco, verificamos que é um barbo com os seus 40cm ou mais, mas que barbo!! Levou fio 4 vezes e quando pensei que já estava mais calmo, pedi ao Rui para o tentar capturar, big mistake!! Quando viu o camaroeiro, afundou com tamanha violência que os triplos da amostra não resistiram e fugiu! Escusado será dizer que depois de tamanha descarga de adrenalina, fiquei doente por não lhe ter conseguido tirar a fotozinha da praxe … enfim, inocência de principiante, devia de ter sido melhor trabalhado, mas quando constatamos que os anzóis do triplo tinham aberto, fiquei menos triste com a minha falta de perícia. Ainda coloquei o rapala CD-5 RT nas mesmas zonas, mas nem sinal. Não era mais hora dos barbos.
Tinha chegado a hora do almoço frugal. Entretanto, e já no açude seguinte, no qual estávamos a conversar sobre a dificuldade de capturar as várias trutas que foram atacando a mosca do Rui (montadas em anzol barbeless que lhe dificultavam a tarefa de as segurar ate ao camaroeiro) lembro-me de fazer uns lançamentos para montante no momento em que se levantou uma brisa. Lanço comprido e a meio da recuperação, sinto um bom ataque que foi prontamente respondido com a cravadela, e com menos esforço despendido que com o barbo, rapidamente coloco nas minhas mãos, uma bela truta do Lima com os seus 18cm que foi prontamente devolvida ao seu habitat natural, após a foto que se encontra abaixo.
Agora sim, podia almoçar e enquanto trocávamos umas ideias, decidimos avançar, para zonas mais promissoras para os dois estilos. Chegamos ao terceiro açude do dia, eu ainda me demorei numa zona mais profunda, na qual ainda tentei mepps aglia nº2, mas sem sinal das trutas e para meu espanto quando alcanço o meu parceiro do dia ele me diz que já tinha cravado algumas trutas, mas sem nunca as ter conseguido fotografar. Imediatamente fiquei motivado para abordar a zona a montante sem nunca o perder de vista, mas mais uma vez não fui feliz. Já ele consegue colocar uma boa truta de tez negra fora de água, só que ela aproveita a corrente rápida para se esgueirar e para o deixar sem foto novamente.
A tristeza dele era tal que ficou uns largos minutos deitado em cima duma rocha a pensar na vida e no que poderia fazer para ter melhor sorte. A partir do mesmo açude conseguíamos alcançar umas correntes paralelas do rio, muito promissoras e assim foi, eu lançando para as zonas mais negras por baixo das ramadas e ele nas correntes mais baixas. Enquanto ia avançando, atingi uma rocha na qual me encostei e lancei longo para montante, aplicando uma recuperação rápida. De repente, tenho um ataque mesmo aos meus pés, e era um bom escalo, bem cravado que não mereceu foto, porque demorei demasiado tempo a descravar o triplo. Com esta captura animei e a partir da mesma posição bati a zona toda, até que quando lanço o mais para montante e para a direita possível, tenho outro ataque que cravei com sucesso, trazendo as minhas mãos mais uma bela truta, como mostra na foto da capa, ligeiramente inferior à anterior.
O dia estava ganho!! Tinha tido a minha batalha de fim de época e tirado duas belas trutas, que mais podia pedir?
Quando o Torres nos alcançou, disse que tinha tirado uma truta de pequeno porte pelo caminho e decidimos fazer o trajeto inverso até aos carros, fazendo uns lançamentos pelo caminho, o que se revelou produtivo, pois ele ainda tirou duas boas trutas numa corrente que não tínhamos batido (como demonstra a foto abaixo) e finalizando um dia em cheio para todos, no qual foi possível combinar duas modalidades distintas com sucesso e bom senso de parte a parte.
Para a história fica a amizade feita neste dia e a promessa de muitas mais pescarias no decorrer da próxima época, de preferência com mais um bocado de mestria envolvida de parte a parte, já que a vontade é sempre a máxima possível 🙂
Momentos de boa disposição de 2012 que espero repetir em 2013 com este pessoal.