Meados de Agosto, dia de praia com muito vento e a vontade de voltar a pescar às trutas surgiu rapidamente. Com poucas opções na zona norte para tentar as nossas amigas, resolvi pescar no Rio Vez. Apesar de o dia estar bastante quente e com muito sol, achei que valia a pena tentar a sorte. A minha esperança era que algumas boas trutas pudessem estar acobertadas na sombra das árvores, manifestando alguma actividade espontânea, especialmente na altura da passagem da amostra.
Cheguei ao local de pesca por volta das 10 horas da manhã. Tinha decidido pescar na zona para montante e jusante da ETAR dos Arcos de Valdevez. Equipei-me com cana 1,8 metros, fio 0,12 da Fendreel e Rapala CD-3 RT. O rio estava com pouca água e a visibilidade era impressionante, permitindo ao peixe detectar o pescador desde longe. Como tal, comecei a pescar a margem esquerda, caminhando para montante.
Logo nos primeiros lançamentos, comecei a ver alguns barbos e escalos a mexer. Bom sinal!! E logo nos primeiros 10 minutos de pesca, tive uma boa cravadela de um barbo com mais de meio kilo, que não ficou, mas entortou os triplos todos. O rapala ficou inutilizável e tive que o substituir por outro.
Enquanto estava a mudar a amostra, apareceu por ali um homem com umas ovelhas que me começou a contar umas histórias de trutas. A mais interessante foi a de uma truta de mais de kilo, que estava tão maluca a saltar aos insectos que acabou por cair dentro de um barco parado à beira do rio. Ainda estava viva quando ele a apanhou 🙂 🙂 Grande história para animar a faina!!
Depois da breve conversa, voltei ao assunto. Fui palmeando todo o rio com muita calma. Via-se o barbo e escalo ocasional, mas nada de trutas. Até fiquei um pouco surpreendido, pois pareceu-me que a densidade de peixe estava bastante reduzida. Chegado a um cotovelo de rio, realizo um lançamento para a outra margem, começo a recuperar e vejo um peixe a atacar. Cravo, o peixe fica preso, mas nada de luta a sério. Era um escalito!! Bem, já servia para começar 🙂
Depois desta captura, animei um pouco, mas de pouco me valeu, pois mais nada de jeito saiu. Pelo menos até chegar à ETAR. Vi uns barbos de bom tamanho. Ainda levei um toque bastante sério de um barbo de mais de kilo que me levou o rapala durante um minuto e conseguiu descravar-se … mas as trutas é que não queriam nada comigo.
Só para montante da ETAR é que comecei a ver as primeiras trutas. Logo no açude acima, vi um exemplar com mais de 30 centímetros que andou a brincar comigo. O rapala bem lhe passou em frente ao nariz, mas ela já me tinha topado desde longe. Entretanto, deixei-a de lado e quando entrei noutro cotovelo de rio, onde se encontrava um bom areão, lanço para montante e tenho uma boa cravadela. Outro barbo de 27 centímetros que arranca com o rapala. O bicho bem deu 3 ou quatro corridas, mas desta vez não teve sorte e acabou no camaroeiro. Já chegava de festa!
Posteriormente, entrei numa zona com menos correntes e quedas de água, e a pesca esmoreceu. Os barbos já estavam mais picados e andavam sem grandes apetites. O curioso foi ter deparado com uma truta de kilo metida com a cabeça dentro de umas algas da margem e com a cauda à superfície. Encontrava-se ali a mexer e provavelmente alimentar-se de algo que não consegui identificar. Se tivesse um camaroeiro maior tinha-a apanhado da margem, pois ela estava com os olhos quase totalmente tapados. Uma situação bastante rara … pois nunca me tinha acontecido, nem sei a que se deve. Ainda lhe meti o rapala para cima … lá mexeu por causa da vibração, mas voltou ao mesmo sítio. Estranho … Deixei-a ficar … Para o ano, logo se vê!!
Depois deste episódio, o ânimo começou a esfriar e o calor era tal que resolvi fazer meia volta. Valeu a sessão de pesca pelas emoções vividas e por duas ou três corridas dos barbos cravados no rapala. Agora, trutas é que nada. Para o ano, haverá mais 🙂
Até lá … há que passar o tempo!!
You must be logged in to post a comment.