Depois de uma semana a planear, finalmente consegui marcar uma pescaria com o Torres na zona do Neiva. A ideia inicial era bater um local secreto onde existia uma boa densidade de trutas, mas as condições em termos de crescimento de erva e tamanho do caudal não permitiram que a acção de pesca se processasse da forma mais efectiva. Eu, enquanto esperava pelo Torres, ainda lá estive cerca de uma hora a brincar com as trutas e ainda pus uma com cerca de 30 cm a bicar a colher duas vezes, mas o local estava complicado para se pescar bem.
Assim, e depois de me encontrar com o Torres, resolvemos ir bater uma zona já nossa bem conhecida; o Neiva para montante de Durrães. Isto não sem antes pararmos num café de um amigo do Torres para comermos dois cachorros “à maneira” e nos prepararmos devidamente para a faina. Assim, e depois de amena cavaqueira com o dono do café na zona de Ponte de Anhel, que também era pescador de trutas, avançamos para Durrães. Um carro ficou na ponte da estrada nacional em Balugães e no outro avançamos para o local de partida. Portanto, ia sem uma pescaria sem regresso pela margem.
O dia estava relativamente claro com algumas nuvens, e decidi pescar light com linha 0,12 e Mepps Aglia nº1. Paramos o carro, numa pequena entrada logo a montante de Durrães e fizemo-nos imediatamente ao rio. A zona onde entramos tem um caminho que desemboca numa pequena ponte de pedra. Eu ia à frente, aproximei-me da ponte e fiz o primeiro lançamento. Sem sucesso. Depois vi um peixe a mosquear do outro lado da ponte. Apontei ao local, lancei e mal a colher entrou na água, senti logo um toque e consegui cravar. A truta saltou e tentou meter-se debaixo da ponte, mas lá a consegui segurar com algum trabalho. Em pouco tempo, levantei-a para a minha mão. O primeiro exemplar do Neiva com umas cores espantosas.
Animados por esta captura, começamos a pescar o troço para montante com alguma calma. Eu e o Torres íamos entremeando os locais de pesca e falando sobre a situação. As trutas iam-se vendo atrás da amostra, mas o tamanho era relativamente pequeno. Numa zona mais a montante, e com uma corrente mais viva, realizo mais um lançamento para montante e tiro outra truta. Também um pequeno exemplar que foi devolvido à água.
O que achei impressionante, apesar de as capturas não se estarem a suceder a um bom ritmo, foi o número de trutas visualizadas e os toques que fui levando. Fiquei bastante satisfeito com a densidade, pois isto parece ser uma garantia de que as chuvadas dos últimos tempos estão a ser providenciais para manter a população de trutas do Neiva e mesmo para a aumentar ligeiramente.
Depois de cerca de 45 minutos a pescar, chegamos a um açude com uma ponte ainda elevada. Pareceu-me o local ideal para tentarmos algumas trutas. E aí, as coisas correram bem para o meu lado. Naquele local, tirei três trutas, todas metidas na mesma saída de corrente. E ainda levei mais três toques. Todas as trutas tinham o tamanho mínimo, e uma apresentava 24 centímetros. Todas elas foram devolvidas à água, exactamente no mesmo local onde foram capturadas.
O Torres é que já não estava a achar piada nenhuma à conversa, porque ainda não tinha tirado nada. A única coisa que andava a fazer era mesmo atender chamadas, pois o telemóvel tocava a cada 10 minutos. Enfim, não se podia fazer nada … A sorte teria que mudar e acabou por mudar.
Fomos batendo tranquilamente a zona para montante do açude e entretanto chegamos a outro açude. Antes de lá chegar, voltei a tirar outra truta na corrente e finalmente ouvi o grito de guerra do Torres quando já estávamos para montante da queda de água. Ainda pensei que ele tivesse caído à água ou que tivesse picado algum monstro, mas afinal tinha sido a primeira captura do dia. Uma linda truta com cerca de 24 centímetros.
Com esta captura, o Torres respirou de alívio e já pode pescar com mais calma. O dia estava a entrar no seu término e entramos numa zona mais difícil. Voltei a tirar mais duas ou três trutas, mas nada de relevo em termos de tamanho. Já no final da jornada, foi o Torres que capturou o maior exemplar, perto do Moinho de Balugães. Uma linda truta com 28 centímetros que pôs praticamente fim à jornada.
Ainda tirei mais uma ou duas trutitas no açude e levei vários toques até à ponte de Balugães, mas nada de especial. De realçar, apenas um lançamento final maluco, já a chegar mesmo à ponte, que o Torres comentou como sendo o golpe de mestre nas trutas. Lá saiu mais uma trutita sem tamanho que voltou rapidamente à água.
No global, foi um dia bem passado com o amigo Torres e com muitas trutas à mistura. Apesar de o tamanho médio não ser considerável, fiquei bastante satisfeito com a densidade de trutas que observei no Neiva naquela zona. Acho que se as coisas se mantiverem assim e os pescadores adoptarem uma postura conscienciosa, poderemos assistir a uma total regeneração deste rio que bem precisa 🙂 🙂
Boas!
Xii…pelo que vejo aqui o Torres deve ter-se esquecido da gaita em casa…por isso só apanhou uma trutita!:)
Abraço