Truta de 40 cm do Rio Coura – Julho 2013

Truta de 40 cm do Rio Coura – Julho 2013


Mais um dia de Julho e mais uma visita ao rio Coura para verificar até que ponto as trutas estariam activas. O dia apresentava-se relativamente nublado com algum vento de leste e a temperatura era amena. Não parecia um dia extremamente propício para pescar trutas, mas quem manda são elas.

Cheguei ao local, por volta as 9 horas da manhã. Não havia qualquer carro na zona, nem indícios de ter passado por ali nenhum pescador na véspera. Com uma chamada urgente a cair no telemóvel, tive que me deslocar dois quilómetros para a atender, porque naquela zona não tinha rede. Terminada a chamada, voltei ao local. O céu estava ainda mais escuro, mas não me parecia que fosse chover.

Equipei-me e peguei no material mais pesadinho para atacar aquela zona; cana de 1,8 metros, linha 0,18 e Mepps Aglia nº3 de 18 gramas, quitada à moda do Rio Minho. Estava ali para mexer truta grande ou então para não mexer nada.

Os primeiros lançamentos surgiram logo no primeiro buraco em que entrei. Com o peso da amostra, não custava nada atingir a outra margem e tentar trabalhar o mais próximo possível do fundo. Logo nos primeiros lançamentos, notei que as trutas de bom tamanho andavam por ali, porque a linha sentia-se momentaneamente mais leve durante a recuperação ou então a amostra parava de rodar. Eram as meninas a dar toques laterais na amostra e a cocá-la com o nariz. Já não era a primeira vez que me faziam isto e eu já sabia com o que contava 🙂 🙂

Num destes lançamentos, vejo o primeiro lombo a seguir a amostra até à margem e depois a dar uma ou duas voltas, surpreendida por a amostra ter desaparecido da água. Tinha mais de 35 centímetros. Ainda insisti mais de 10 minutos no mesmo local, mas sem resultado. Havia que andar para montante e foi isso que fiz.

Na deslocação para montante fui tentando bater ao máximo todos os locais e procurei sobretudo insistir na margem oposta. Com vertentes mais inclinadas, as trutas de bom tamanho poderiam lá estar. Assim, fui passando o tempo, até chegar a uma zona onde um banco de areia se encontra no meio do rio. Lanço para a outra margem, começo a recuperar lentamente e quando a amostra vem a meio caminho, sinto um esticão na linha e ela começa a deslocar-se para a direita. Cravo com força e o carreto começa a dar linha … Já tinha assunto do bom a rolar do outro lado!!

A truta sentindo-se presa, arranca com uma força brutal e vejo-me obrigado a abrir o carreto porque a cana estava a dobrar ao máximo. Reduzo o nível do travão e a chiadeira incrementa … Lá vou controlando a situação dentro do possível, procurando desviar a truta dos ramos e outros obstáculos dentro de água, mas ela não se estava a render facilmente. Continuava a fugir para a direita e esquerda, procurando enrolar-se o máximo possível no fio. Não ia ser fácil e entretanto eu comecei-lhe a ver o lombo mais perto. Era uma boa truta!!

Lá fui deixando o bicho cansar-se. Não tinha outra hipótese e pareceu-me que o triplo estava bem cravado. Ela foi fazendo as suas corridas, até que comecei a notar que lhe estava a faltar o ar. Nesse momento, saquei de camaroeiro e preparei-me para a tirar da água. Ela ainda deu umas voltas a fugir do camaroeiro, mas de repente parou e arrastei-a para dentro da rede. Tinha capturado mais um excelente exemplar do Coura. Uma linda truta de 40 centímetros com umas pintas e uma cor verdadeiramente impressionantes. O dia estava ganho!!

Truta 40 cm Rio Coura Julho 2013

Depois desta captura, ainda insisti para montante até à parte final do troço. Já na zona mesmo profunda, consegui cravar uma truta na margem oposta, mas ela saltou fora de água com um salto imponente e cuspiu a amostra. Também era uma truta de bom tamanho, com cerca de 35 centímetros. Mais negra do que a tinha capturado anteriormente, mas muito mais combativa. Já a tinha sentido a picar numa última visita a este troço do Coura, mas desta vez tinha entrado a sério … O problema foi que não ficou. Fica lá guardada para o próximo ano 🙂

Não satisfeito com esta dose, resolvi ainda sair do troço e entrar num mais a jusante, mantendo a mesma técnica e equipamento. O local era ainda mais difícil de trabalhar, mas consegui ter mais uma truta de cerca de 30 centímetros cravada que também me deu baile e cuspiu o anzol. Enfim, estavam-me a dizer que dali já não saía mais nada. Aliás, com um troféu de 40 centímetros, a manhã já estava mais do que ganha. Agora estava na altura de pescar mais light e entrar em zonas de menos caudal. Aí as coisas já iam funcionar de outra forma!!

No global, esta zona do Coura continua a proporcionar experiências impressionantes. Continuam a sair trutas de grande tamanho e a luta que dão é verdadeiramente inesquecível. Depois de várias visitas, resolvi fechar o tasco com esta última pescaria. Para o ano lá voltaremos com forças renovadas … Porque elas vão lá estar à minha espera 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.