Dia 31 de Julho!! Final da temporada geral de pesca às trutas. Depois de muito pensar, resolvi fazer uma pesquinha rápida numa zona relativamente perto do Porto. Para tal, escolhi o Rio Ovelha, que acabou por ser o local que mais me surpreendeu no decorrer deste ano, pela boa densidade de trutas.
Cheguei ao rio por volta das 9 horas. Passei devagar pelos locais onde já tinha pescado nas incursões anteriores e resolvi tentar a minha sorte mais a jusante à procura de mais água e de alguns fundões promissores. Depois de muito observar, lá consegui entrar num caminho de terra batida que ia dar a um local relativamente inóspito e cheio de mato. Já ia equipado com a minha cana de 1,8 metros, linha 0,12 e Mepps Aglia nº1.
O rio estava já com um caudal fraco típico do Verão e como tal a ideia era pescar ao light spinning, tentando lançar o mais longe possível para evitar assombrar as trutas. Os primeiros lançamentos saíram numa zona de corrente e comecei logo a ver as primeiras trutas de pequeno tamanho a mexer. Não tardou muito até que surgissem os primeiros toques. Notava-se que as trutas estavam receosas e os toques eram essencialmente pequenos movimentos na colher com a cabeça.
Passei o primeiro açude e cheguei à zona de um poço com uma extensão e profundidade razoável. O primeiro lançamento saiu para a minha margem, mas nada mexeu. Resolvi depois lançar para a outra margem. Mal a colher começou a andar senti um puxão forte na linha e vejo uma truta a saltar fora de água a cerca de 20 metros de mim. Já estava cravada!! Ainda andou aos saltos fora de água, mas recuperando com calma e mantendo a ponta da cana alta, consegui trazer a truta até às minhas mãos. Tinha capturado o primeiro exemplar do Ovelha. Uma linda truta de 21 centímetros.
Depois de ter molhado a sopa com esta captura, fiquei animado para arrancar para o poço seguinte. Ainda levei mais dois toques na cabeça da corrente que alimentava o poço onde realizei a captura, mas sem resultados práticos. As trutas estavam a cravar mal e não entravam a sério.
Mal entrei no poço mais a montante, vi logo duas trutas a mexer na ponta do açude. Ainda levei um toque de uma, mas não a consegui cravar. Fui avançando lentamente e tentando mexer o peixe que estivesse na margem oposta, mas sem resultado. Toques não faltavam de trutas pequenas, mas morder a sério é que não.
Depois de lançar várias vezes para a outra margem, resolvi focar a atenção na minha margem, onde tinha um cotovelo de rio sem corrente e onde caía uma linha de água muito pequena. Lancei mesmo na paralela à margem, tendo caído a amostra quase em cima da areia. Comecei a recuperar e mal a colher andou dois metros dentro de água, a ponta de cana dobrou e eu instintivamente puxei-a para trás. A truta sentindo-se presa saltou fora de água e eu vi que estava perante um exemplar já com um tamanho razoável. Ela tentou correr na minha direcção para se meter debaixo das pedras e eu levantei a cana e aumentei a velocidade de recuperação. A truta, ao sentir-se sem hipóteses, ainda deu dois saltos no ar, mas notei que já andava sem fôlego. Não demorou muito até que lhe deitei a mão. Um lindo exemplar de 24 centímetros.
Confiante que aquela truta era a única decente que estava naquele local, resolvi avançar para a zona onde saía a linha de água. Enganei-me bem!! Mesmo no buraco muito pequeno onde a linha de água desembocava, estava uma truta do mesmo tamanho. Tive que a calcar para que ela arrancasse. Até me assustou 🙂
Na corrente que alimentava este poço, ainda mexi mais três trutas e tirei uma pequena. Depois deste troço, avancei para uma zona com mais corrente e menos profundidade. A actividade manteve-se a níveis elevados, mas notei que o tamanho dos exemplares era mais pequeno. Ainda forcei a nota a ver se as coisas melhoravam, mas não valia a pena. Passado uma hora, tinha tido mais 7 toques e tinha tirado uma truta pequena, não tendo visto nenhum exemplar de jeito. Resolvi fechar o tasco por ali e tentar um troço mais a jusante que ficava perto de uma praia fluvial.
A zona da praia fluvial rendeu mais três exemplares de pequeno tamanho, mas nada que me animasse. As trutas estavam sobretudo em zonas de corrente ou nas entradas das linhas de água. Estive em zonas com grandes poços e nada mexeu.
Com o calor a atingir mais de 35 graus e com as trutas a baixarem a actividade, ainda tentei atacar um dos últimos açudes do Ovelha onde eu tinha tirado uns bons exemplares há mais de 15 anos. Bem palmilhei o local ao milímetro, mas sem resultado. Até parecia que não havia nada por ali!! Mas rapidamente fiquei com a impressão contrária. Já quando estava para me vir embora, encontrei um pescador da zona que me disse que no dia anterior, tinha passado por ali um pescador à amostra que tinha tirado 4 trutas boas. Também me disse que ele tinha tirado uma truta de 800 gramas ao bicho, há um mês, e que lhe tinha fugido uma truta à amostra que lhe tinha rebentado tudo, quando ele pescava com fio grosso. Fiquei esclarecido 🙂 🙂 Para o ano, lá estarei!!
Com esta pescaria, terminei a minha época geral de pesca às trutas. Continuarei a tentar tirar mais umas trutitas nas massas de água que estão abertas até Agosto/Setembro, mas certamente que o meu ritmo de pesca vai baixar. Fiquei bastante satisfeito com a densidade de trutas que encontrei no Ovelha e com aquilo que foi a temporada geral do ano corrente. Mais trutas e algumas de bom tamanho, tudo devido a uma época de chuvas que facilitou o desenvolvimento das trutas e a acção dos pescadores. Esperemos apenas que este cenário se mantenha no próximo ano 🙂 🙂
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