Depois de já ter visto como países mais desenvolvidos valorizam a vertente turística da pesca à truta, começo a assistir com enorme satisfação a algumas tentativas de se fazer o mesmo em Portugal. Neste caso concreto, deparei-me com uma página do site da Turistrela que faz um target claro e específico do segmento dos pescadores de trutas. Esta aposta traduz claramente a percepção de que a pesca à truta é um desporto reconhecido mundialmente e que tem capacidade para fomentar a ocupação hoteleira da Serra da Estrela. Para credibilizar ainda mais a sua oferta, a Turistrela resolveu aliar-se à APPSE (Associação de Pesca à Pluma da Serra da Estrela).
A página de que vos falo, pode ser consultada abaixo e prima por ter fotografias bastante apelativas e um descritivo bastante claro das condições a que pesca deve obedecer em cada massa de água. Isto é informação de primeira qualidade, desmistificando a complexidade do processo de licenciamento da pesca à truta na Serra da Estrela e gerando uma maior confiança junto do pescador, que sabe claramente ao que vai. Adicionalmente, também são fornecidos preços de pacote que pretendem ser bastante apelativos, atendendo à qualidade do serviço prestado.
No global, acho que estamos perante um claro exemplo a seguir por outras zonas turísticas do norte e centro de Portugal, especialmente pelas zonas do Minho e Bragança (Parques Nacionais da Peneda-Gerês e de Montesinho). Os parques nacionais devem evoluir para factores fundamentais de desenvolvimento económico e fixação de população, baseados em actividades ambientalmente sustentáveis. Neste espaço, a promoção turística da pesca à truta é claramente uma actividade de elevado potencial que deve ser privilegiada e aproveitada.
O que está a ser realizado na Serra da Estrela é um primeiro esforço num processo de mudança de mentalidades em termos do aproveitamento e valorização das riquezas naturais, e pode certamente ainda ser aperfeiçoado. Os parques não podem ser tubos de ensaio para ambientalistas frustados e fundamentalistas que não conseguem ver o homem como parte integrante da natureza. São organismos vivos que devem evoluir e melhorar-se com a presença humana, e que sem essa presença humana podem ser alvo de exploração abusiva ou de fenómenos naturais devastadores.

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