O rio Noéme é um dos principais afluentes do Rio Côa na sua margem direita, passando pela povoação de Cerdeira do Côa. É um rio com um caudal razoável e com grande potencial para a pesca à truta. Aliás, sempre teve a fama de no passado ser um dos locais preferenciais para a desova das trutas do Côa. No entanto, vários anos de poluição e a falta de um plano estratégico para a sua preservação levaram à situação miserável que hoje atravessa. De facto, actualmente são muitos poucos os peixes que habitam nas suas águas e trutas quase que nem vê-las. Lá aparece uma ou outra junto à confluência com o Côa, mas são sobretudo provenientes dos repovoamentos realizados no Côa, em troços a montante.
O principal foco de poluição do Rio Noéme provem do Rio Diz, mais concretamente dos efluentes industriais de uma indústria têxtil que procede à lavagem de lãs. A Câmara da Guarda já procurou resolver este problema com a construção de uma estação elevatória para conduzir as águas residuais para a ETAR de São Miguel, no entanto esse plano não passou das boas intenções e o problema continua por resolver. Neste momento, a situação mantém-se insuportável com a continuidade da descarga de efluentes a ser realizada de forma directa no Rio Diz, junto à confluência com o Noéme, através de um colector municipal.
Todo o caso assume os contornos de novela mexicana e pode ser observado na íntegra no site abaixo da Capeia Arraiana:
Poluição no Rio Diz.
Relativamente a este assunto que nos preocupa a todos e que dura há mais de 2 anos, só tenho uma questão?? Aonde é que para o Ministério do Ambiente? O nosso amigo Moreira da Silva anda a fazer o quê exactamente, desde que foi nomeado ministro? Provavelmente mais preocupado com a trica política do que com um Ministério fantasma que já herdou há algum tempo, não é?!!
Mais uma vez, este é um exemplo da péssima política ambiental que anda a minar a bacia hidrográfica do Côa, que é um sistema de primeira categoria para a pesca desportiva da truta. Afluentes como o Noéme têm um caudal bastante generoso e são mais valias importantes para a desova de uma parte significativa do peixe que habita no rio Côa, incluindo as trutas. Aquilo que tem vindo a acontecer nos últimos anos tem sido a total destruição deste ecossistema e a redução deste afluente a uma mera lixeira com níveis brutais de eutrofização. É algo incompreensível e que também põem em causa a saúde pública das populações ribeirinhas!
Como pescadores conscienciosos das águas do Côa não podemos deixar passar mais este atentado em branco!!
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