Mais um dia de pesca combinado em conjunto com o Professor Arlindo Cunha. Desta vez, e depois de pedirmos licença ao Miguel por telefone (não fosse ele ficar chateado 🙂 ), resolvemos passar pelo Quintal dele na zona de Campia. O objectivo era simplesmente pescar as trutas que ele teimosamente insistia que não queriam picar desde a abertura. Sabíamos que as trutas já tinham alguma pressão de pesca e portanto acreditávamos que não ia ser fácil conseguir os nossos intentos.
Chegamos ao local de pesca por volta das 7 horas. O dia prometia, pois estava nublado e a ameaçar chuva. Tomamos café numa das panificadoras da zona e resolvemos avançar quanto antes para o rio. A ideia era começar o mais para jusante possível no troço que iríamos bater e depois iríamos avançar lentamente para montante.
Paramos os carros na ponte e começamos a artilhar as canas. Atendendo às condições normais de caudal e água clara, resolvemos optar pelo material de light spinning. Tínhamos que atacar com prudência, pois eram trutas do quintal do Miguel habituadas já a todo o tipo de amostras.
Começamos a bater terreno. Os primeiros lançamentos saíram numa zona de corrente. Comecei a ver as primeiras trutas atrás da amostra. Todas elas com tamanho pequeno. Não tardaria muito até que uma picasse e assim foi. Num lançamento cruzado para a outra margem, cravo a primeira truta do dia no centro do rio. Ela bem tentou fugir, mas o seu pequeno tamanho e o facto de estar bem cravada não ajudava minimamente. Rapidamente chegou à minha mão. Uma linda truta com 18 centímetros que foi rapidamente devolvida à água.
Com a abertura das hostilidades, a animação da pesca aumentou. O amigo Arlindo espevitou e começou a empenhar-se a fundo. Passamos o primeiro açude e chegamos a outra corrente com alguma intensidade e profundidade. Dois lançamentos para montante e nada mexe. Outro lançamento para montante mais largo e a entrar mais para a outra margem. A amostra começa a rodar e venho a recuperar lentamente … quando a amostra está para sair da água sinto uma pancada e vejo um brilho dentro de água. Era uma truta com tamanho razoável e a arrancar com força. Lá a seguro como posso e movimento-me para jusante à procura de menos corrente. A truta continua a tentar enrodilhar-se no fio e eu levanto a ponta da cana. Mantenho a tensão e a cabeça da truta fora de água até que ela começa a dar alguns sinais de cansaço. Quando sinto que já não há muita reacção do lado dela, arrasto-a para mim e deito-lhe a mão. Mais uma linda truta de 23 centímetros.
Com esta captura, comecei a ter certeza de que o dia ia correr bem. Aliás, mal saí do local fui ter com o amigo Arlindo e ele já tinha tirado também duas trutas. A partir desse momento, a pesca ganhou outra emotividade. Voltei a tirar outra truta pequena e o mesmo aconteceu com o meu colega de pesca, isto antes de entrar numa zona de água mais parada e com alguma profundidade. Aí deparamo-nos com trutas bastante manhosas e que nos topavam longe, pois o barulho da lenha a partir e a altura das margens rapidamente nos denunciava. Durante cerca de meia hora só as vimos a correr à nossa frente ou então a ficar paradas no fundo à espera que passássemos.
Quando nos vimos livres dessa zona, voltamos a ter sorte outra vez, até chegar a uma zona intransponível. Durante esse percurso tirei 4 trutas, duas com a medida e duas ligeiramente abaixo, enquanto que o amigo Arlindo tirou mais duas. Elas estavam sobretudo nas quedas de água ou então nos poços de maior dimensão. Num desses poços tirei duas e o amigo Arlindo outra, mas levei certamente 6 toques em igual número de lançamentos.
De qualquer forma, e por impossibilidade do amigo Arlindo em continuar em terreno tão inclinado, deixamos o rio eram 11h20 e resolvemos rumar a paisagens menos difíceis. Ficou o bom sabor de várias trutas capturadas, apesar de só 4 ou 5 terem a medida mínima.
No global, fiquei satisfeito de ver que o Quintal do Miguel se mantém em boa forma, apesar das queixas que ele me tinha feito. Pareceu-me que a densidade de trutas diminuiu nalgumas zonas, mas a falta de actividade delas pode ajudar a criar essa perspectiva errónea. Registo a grande limpeza que realizaram em ambas as margens no local e que na minha opinião peca por ser excessiva pondo em causa a alimentação e a protecção das trutas relativamente aos predadores, nomeadamente os pescadores. No entanto, em dois ou três anos tudo deve voltar novamente ao normal e as trutas encontrarão novos esconderijos.
Acho que este um local de primeira categoria, mas que apresenta algumas fragilidades. Para se manter uma boa população de trutas indígenas, há que reforçar a vigilância e cuidar de forma contínua. Só assim se consegue fazer alguma coisa de jeito … e nisso o Miguel e o Sr. António têm sido incansáveis …
O Miguel traz a bruxa atrás dele. Só se tiram trutas quando ele nao vai 😀
Boas!
Invasões destas, de gente amiga, são sempre bem vindas!
É quando quiseres…mas da próxima vez terei todo o gosto em vos acompanhar!!
Abraço
🙂 🙂
A malta gosta da tua companhia! Se não der trutas, dá sempre uma boa conversa!
Um abraço,
Ainda hoje outro quintal foi “invadido”…. 🙂
Ouvi dizer! Eu não participei na invasão, porque achei que não valia a pena. Acredito que não tenham tido muita sorte.
Em dia de chuva, já voltamos a falar … O sítio parece-me jeitoso 🙂
Abraço
Estava muito sol…se foram cedo talvez tenham tido alguma sorte!
O sabado quando fomos tratar das licenças, fizemos parte mais a jusante…e nada! Muito sol…
Abraço