Rio Lima a debitar em força …

Rio Lima a debitar em força …


Em meados de Março, e já no final de um dia de pesca, resolvi passar pelo Rio Lima para ver como andavam as condições do caudal e a actividade das trutas. Mal cheguei ao local pretendido, deparei com um cenário bastante complicado. O rio estava com muita força de corrente, sintoma das chuvas que tinham caído no início do mês, mas também, e sobretudo, devido ás descargas da Barragem de Touvedo.

Perante este tipo de condições, só havia uma solução: pescar o mais pesado possível e insistir nas zonas de açudes e correntes mais lentas e mais profundas. Para tal, peguei na minha cana de 1,8 metros, linha 0,18 e amostras Mepps e Tanger chumbadas, com pesos entre 12 e 18 gramas. Como o rio estava com muita força, a estratégia era insistir de forma contínua nas zonas mais promissoras.

Iniciei a pesca numa zona de corrente forte. Lancei e lancei, mas nunca vi nenhum peixe a mexer. Na maioria das situações, mal conseguia controlar a evolução da amostra e tinha a plena noção de que ela estava a evoluir longe do fundo, onde estaria a maioria do peixe concentrado. Mas entre perder amostras como um tolo ou conseguir capturar um peixe por mero acaso, decidi-me por evitar arriscar muito.

O primeiro sinal de truta apareceu numa zona de redemoinho perto da saída de um açude. Depois de muitos lançamentos para a margem oposta, lanço na paralela à margem para um rochedo proeminente. A colher cai à frente do rochedo, começo a recuperar e quando a amostra passa pelo rochedo sinto um puxão na linha. Cravo instintivamente (até pensei que fosse a pedra) e vejo uma truta a saltar fora de água e a cuspir a amostra. Era truta para cima de 25 centímetros, mas estava manhosa.

Depois deste primeiro sinal de peixe, animei e avancei para a parte inicial do açude. Palmilhei a zona com lançamentos sucessivos, mas sem qualquer sorte. Desde maior a menor velocidade de recuperação, passando por deixar afundar o máximo possível, tentei de tudo.

Já com cerca de 1 hora de pesca nas costas, encontrei dois pescadores profissionais da zona. Lá encetei conversa e disseram-me que ainda não era altura de peixe. Com água fria e fortes correntes, o peixe não estava a mexer. Havia que esperar pelos dias mais quentes de Abril, segundo eles. Nem trutas, nem sáveis, nem nada andava a sair.

Ainda mais animado por estes comentários, comecei a fazer contas à minha ida embora. Não ia tardar muito e só faltava bater a queda de água do açude. Entrei num canto onde estavam as armadilhas de pesca e onde a corrente era muito menos profunda. Insisti várias vezes com colher nº3. Ao enésimo lançamento no mesmo local, tenho um toque mesmo aos meus pés e vejo uma truta endiabrada a saltar por todo o lado. A situação era complicada e eu não podia facilitar muito, pois ramos e arbustos não faltavam na zona. Como tal, resolvi forçar a linha e levantar a truta directamente para terra. Nem deu para aquecer. Uma linda truta do Lima, a primeira da época, com 28 centímetros.

Truta 28 cm Rio Lima Março 2014

Após a captura, dei a pesca por terminada. No açude superior andava outro profissional a colocar armadilhas e estava a ficar tarde. Era escusado!!

Atendendo às condições, capturar uma linda truta era mais do que suficiente. Há que esperar por melhores condições para voltar a este grande rio. Acredito que as melhores pescarias ainda estão para vir!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.