Primeiras semanas de Março, depois das chuvas, e começou-se a falar na possibilidade de visitar o rio Neiva. Como é tradicional, o rio Neiva não costuma ser muito produtivo nos dias da abertura ou imediatamente a seguir. Com trutas bastante manhosas e uma pressão de pesca constante, o rio costuma dar umas boas trutas em Abril ou Maio, e sobretudo em dias de chuva.
Mesmo assim, e como não tinha grandes opções, resolvi visitar o rio Neiva num sábado de manhã. O caudal ainda estava relativamente alto e a cor não era das mais claras, mas notava-se que o rio estava muito mais baixo comparativamente ao pico das chuvas. Enfim, mais que não fosse, apetecia-me verificar até que ponto se mantinha a boa densidade de trutas observada no ano passado.
Cheguei ao rio por volta das 8 horas e deparei-me com uma paisagem modificada. Em duas das zonas que bati, tinha-se realizado uma limpeza intensiva da vegetação das margens, permitindo um acesso muito mais fácil dos pescadores aos pesqueiros, mas também uma maior capacidade visual por parte das trutas. Não sei até que ponto esta política de limpeza exagerada é contraproducente em termos de preservação da truta, no entanto, em termos de pesca temos que nos adaptar à situação concreta.
Para começar a faina, peguei na cana de 1,8 metros, linha 0,18 e rapala X-Rap RT de 6 centímetros. Iria começar na zona próxima à foz, depois iria para Barroselas e finalmente acabaria em Panque.
Na zona próxima da foz, não tive qualquer toque ao rapala, nem vi qualquer truta a mexer. Por aquilo que vi nas margens, já lá tinha passado pescador no dia anterior e portanto elas deviam estar assustadas. Bem insisti nos lugares mais promissores, mas nem sinal delas. Em pouco menos de 2 horas, já estava convencido de que andava a coar água, e mudei de local … Toca a fazer caminho para Barroselas.
Em Barroselas, deparei-me com três carros na ponte. Era pessoal da minhoca, que entusiasmado pela abertura andava a bater na zona do açude. Um açude que estava completamente limpo, tal a limpeza que realizaram na margem esquerda. Como os pescadores estavam todos para montante, eu avancei para jusante ao rapala. Durante mais duas horas, coei água. Pareceu-me ter levado um toque logo ao início, mas não consegui confirmar se era peixe ou algum ramo.
Já no final do troço, resolvi trocar o rapala pela colher Mepps Aglia nº1 e tirei a primeira truta num lançamento para montante, junto à margem oposta. O rapala passou por lá, mas ela não se mexeu. Quando passou a colher, tive logo um ataque. A truta deu luta, mas como era pequena, rapidamente acabou na minha mão.
A primeira truta do ano no Neiva com umas lindas cores. Depois de devolver a truta à água, resolvi voltar para o local onde estava o carro. Entretanto, os pescadores que estavam no açude já tinham ido embora. Resolvi ver se tinham deixado alguma truta para mim … e deixaram!! Lançamento para a parte superior do açude, começo a recuperar e quando a colher deriva para o muro, cravo outra truta de 17 centímetros. Foi recolher e trazê-la à mão para a colocar de novo na água.
Animado por essa captura, ainda fiz um bocado de rio para montante até chegar à ponte do caminho de ferro. Vi já várias trutas atrás da amostra, mas todas de pequeno tamanho. Ainda levei três toques e tirei uma truta pequena que voltou para a água. A colher estava a dar muitos mais frutos do que o rapala, no entanto de dimensão muito pequena.
Com a chegada da uma hora da tarde, resolvi avançar para o carro e almoçar. De tarde iria para Panque.
Em Panque, deparei-me com uma boa densidade de pescadores e portanto lá arranjei um troço intermédio para bater, agora já com equipamento de light spinning. Os resultados não tardaram!! Em 2 horas de pesca, tirei 6 trutas, todas elas na proximidade ou acima da medida mínima. Não retive nenhuma e devolvi-as todas à água. Deram um gozo e satisfação especial pelos lançamentos difíceis a que obrigaram. Num cotovelo de rio, cheguei a tirar 3 trutas no mesmo lugar. Isto num local onde já tinham passado vários pescadores.
Achei que a densidade de pescadores em Panque era um pouco exagerada e isso reflectia-se no comportamento das trutas, especialmente nas de maior dimensão, pois nem se viam. Os pescadores com quem falei não tinham apanhado nada e lamentavam-se do facto do rio ainda estar cheio e a água relativamente fria. Neste cenário, ter capturado algumas trutas, nem que sejam pequenas, não é nada mau.
No global, esta passagem pelo Neiva foi relativamente infrutífera. Ainda era cedo para realizar grandes pescarias, mas o peixe já estava bastante assustado pela passagem contínua dos pescadores. As poucas trutas que mexeram, fizeram-no à colher, demonstrando alguma aversão pelo rapala, que não teve qualquer resultado.
Se tudo correr bem, espero voltar a passar pelo Neiva em Abril e espero que desta vez consiga melhores resultados 🙂
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