Depois do balde de água fria que recebemos na Barragem de Sezelhe na manhã de 1 de Abril, não tardou muito até nos pormos a caminho para a Barragem de Pisões. Às 11h30 já lá estávamos e o panorama não era muito animador, até porque a chuva tinha engrossado e a barragem estava extremamente cheia. Nem sequer conseguíamos ver a saída da conduta de Sezelhe.
Enfim, sem muitas esperanças batemos a barragem de todas as formas e feitios possíveis, junto aos viveiros de trutas. Durante mais de duas horas, 6 pescadores ao spinning com as mais diversas amostras não tiveram nem um toque. A água fria, o nível elevadíssimo e a chuva não ajudaram as trutas a terem uma atitude mais agressiva. No final, já parecia quase impossível não ter mexido nada, mas a verdade teve que ser aceite. Andávamos só coar água.
Assim, às 15 horas estávamos já todos molhados a procurar abrigo numa paragem de autocarro e à procura de destino. Só faltava mesmo entrar no local secreto do Torres e tirar as teimas finais do dia. Ou dava alguma coisa ou então tínhamos que fazer mesmo as malas e avançar para casa.
Depois de meia hora de viagem, chegamos ao local. Não víamos qualquer carro estacionado, mas à nossa frente já estavam pelo menos dois pescadores ao spinning. Não era gente muito experiente, pois andavam a correr (certamente a fugir do frio) e não davam sequer tempo às trutas para morder. Ainda achei que andar nos calcanhares dos outros era perder tempo, mas depois da miséria que tinha visto nos locais anteriores, nem quis saber. Perdido por cem, perdido por mil!!
Assim, e depois dos 10 minutos de preparação, pegamos novamente no material de heavy spinning e toca a bater. Os primeiros 10 minutos passaram sem novidade. Lançamentos largos, recuperações a diferentes velocidades e nada a mexer. De repente, e de forma inesperada, tenho o primeiro contacto naquela zona. Lançamento a 50 metros, começo a recuperar e passados 5 metros, sinto a amostra a andar de lado. Cravo, sinto tensão na linha, vejo a linha a correr para a direita e de repente perco o peixe. A truta tinha sido mais fina e libertou-se da amostra. Fiquei logo nas horas, até porque não era peixe pequeno, mas lá se foi. O Ivo ainda comentou a desgraça, mas já não havia remédio.
Mal tínhamos acabado de falar sobre a fuga da truta. Vejo acção do outro lado. O Ricardo estava a debater-se com uma boa truta, pois a cana estava dobrada. Lá o acompanhamos na sua luta durante alguns minutos e com calma lá conseguiu por a truta a salvo. Uma linda truta com cerca de 43 centímetros e quase um kilo. Uma truta digna de uma ida ao Gerês.
Com esta captura, começou a salvação da honra da casa. Durante cerca de uma hora e meia, o Ricardo e o Ivo tiraram 7 boas trutas no total, com as três maiores na proximidade do kilo e o Tiago tirou uma boa truta com 30 e poucos centímetros. Eu, da minha parte, deixei fugir outra boa truta já quase aos meus pés e o Zé e o Arlindo nem toque tiveram. Aliás com o frio que estavam, queriam era arrepiar caminho para casa e para o calor do banho.
O local secreto do Torres foi a salvação do dia “in-extremis”. Ali, e depois da passagem de vários pescadores ao spinning, conseguiu-se verdadeiramente realizar uma abertura decente. Trutas bravas e de primeira qualidade, com umas cores impressionantes.
Pelas 17 horas, e depois de chuva ininterrupta, resolvemos finalmente ir para casa. O local estava marcado e voltaríamos noutra ocasião para resolver os assuntos que tinham ficado em aberto. Especialmente no meu caso, em que só as vi passar pelo anzol (já uma tradição sempre que faço aberturas com o Ivo e o Ricardo).
Ficam aqui os meus agradecimentos ao Torres por ter ajudado à festa e por continuar a exigir que este local se mantenha secreto. A mim só me resta cumprir …. 🙂 🙂
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