Depois de uma passagem pouco produtiva por Paradela do Rio durante a manhã e de uma posta de carne Barrosã, ainda sobrou vício para a parte da tarde. Com o relógio a marcar 3h30 e com o céu a ameaçar chuva, resolvemos inverter a nossa estratégia e avançar para Pisões. Apesar de eu saber que provavelmente a albufeira ainda estava super cheia, podia ser que a mudança de tempo colocasse as trutas em níveis superiores de actividade.
Enfim, quando chegamos a Pisões, verificamos logo que o nível estava muito acima do normal. Parece que os trabalhos em Venda Nova, onde a albufeira está quase sem água, levou a uma acumulação de água extraordinária em Pisões. Assim, só quando as obras terminarem é que podemos voltar a ter níveis normais em Pisões … possivelmente já tarde demais, pois com o calor, as trutas tendem a colar-se ao fundo em profundidades complicadas, especialmente as de maior tamanho.
Mal pegamos no material de pesca, que se manteve inalterado desde Paradela, notamos um pequeno chuvisco, mas não durou muito. Só serviu para nos obrigar a vestir a capa.
Como o nível da albufeira estava muito alto, resolvemos apenas bater um pequeno troço mesmo em frente aos viveiros. A altura da água era de tal ordem que a movimentação junto das margens era extremamente difícil e portanto, não valia a pena andar. Eu comecei na saída de uma linha de água e o amigo Arlindo na saída de outra.
Do meu lado, começaram os primeiros lançamentos e senti logo um toque. Pareceu-me truta, mas não consegui visualizar. Voltei a insistir na mesma zona, mas sem resultado. Passados 5 minutos, voltei-me para uma área com muita vegetação dentro de água. Lancei e mal a colher cai na água, sinto um toque. Cravo e vejo a truta a saltar fora de água e a descravar-se da amostra. Era uma arco-íris com pelo menos 24 centímetros. Outro lançamento para o mesmo local e sinto outro toque. Volto a insistir e quando a colher vem a chegar ao meus pés, vejo um peixe a fechar a boca, eu cravo e a truta cai para trás de mim, em cima da pedra. Era uma pequena arco-íris de 18 centímetros que foi rapidamente devolvida à água.
Olhando melhor para a truta, verifiquei a mesma estava com ferida cicatrizada por debaixo da barriga. Ainda me pareceu ataque de predador (achigã ou lúcioperca), mas pela configuração do que vi pareceu-me mais coisa de rede … se calhar da rede dos viveiros! Na saída ou na tentativa de entrar …
Depois desta primeira captura, insisti bastante no mesmo local. Ainda tive mais um toque, mas rapidamente achei que tinha que mudar de isco e meti um X-Rap de 6 cm. Com esta amostra não tive nenhum toque, mas tive um bicho castanho para cima de kilo que perseguiu o rapala mesmo até aos meus pés. Ou era arco-íris ou lucioperca.
Já com pouco tempo para andar, ainda falei com o Arlindo que já tinha capturado uma pequena arco-íris de 21 centímetros e safado a grade. Com o dia a escurecer substancialmente e as trutas a esmorecerem em termos de actividade, resolvemos fechar o tasco. Tínhamos que deixar Pisões para uma próxima oportunidade.
Assim que o nível baixar consideravelmente, tenho que fazer uma visita a sério a este local e dedicar um dia inteiro ao heavy spinning … Vontade não me falta!
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