Sáveis do Rio Minho …

Sáveis do Rio Minho …




Maio de 2014. Mais uma viagem ao Rio Minho com o amigo Torres. Desta vez, o alvo das nossas investidas era o sável. Já tínhamos mais que conhecimento da fama do Rio Minho em termos de capturas de sáveis e savelhas, e portanto, estava na altura de comprovar na íntegra se a fama estava ao nível da realidade.

Chegamos de manhã cedo ao local, e o dia estava nublado. O rio apresentava-se com um caudal normal para a época do ano, pois a Barragem em Espanha estava com débito mínimo. Pareceram-nos condições ideais para a pesca do sável, mas nunca se sabia verdadeiramente até começar a acção.

Lá nos equipamos com material de heavy spinning, eu apostando sobretudo nas colheres nº3 e o Torres virado mais para a chumbadinha. Começaram a sair os primeiros lançamentos do dia. Durante a primeira meia hora, nada mexeu. Parecia que ia ser mais um dia inglório no Rio Minho, à semelhança de muitos outros.

Eu avancei para uma zona com corrente, à procura de ter o primeiro toque e consigo cravar uma truta com 21 centímetros. A primeira do dia a permitir uma primeira sensação de peixe na linha.

Truta 21 cm Rio Minho Maio 2014

Depois desta primeira captura, o Torres entrou numa zona de poços e consegue tirar a primeira savelha. Um lindo peixe com cerca de 40 centímetros que ele rapidamente devolveu à água. Tendo encontrado o cardume, o Torres insistiu durante uma hora no local e tirou cerca de 7 savelhas à chumbadinha. Um bom score, sendo todas devolvidas à água, porque para o Torres, a savelha tem muita espinha. Só interessa o sável.

Eu pelo meu lado, resolvi também atacar o local onde o Torres se encontrava e acabei por capturar três savelhas à amostra, tendo-se descravado outras três. No entanto, o local não era muito propício para a colher e resolvi mudar de sítio para uma zona de queda de água. Ali parecia-me zona para dar sável.

Lancei várias vezes no local, sem qualquer sucesso. À enésima vez, tive um toque ligeiro. Pareceu-me savelha! Insisti e quando venho a recuperar, vejo um brilho dentro de água e a colher a parar. Cravei, o peixe inicialmente dá duas cabeçadas à superfície e depois arranca para o fundo com uma força brutal. O carreto começa a cantar e eu afrouxo o travão. Deixo o peixe levar linha, dentro dos limites do carreto e vou tentando evitar que se afaste demais ou se meta para o fundo. Durante cerca de 3 minutos não cheguei a ver que peixe é que era, ainda que suspeitasse de um sável. Lá trabalhei com calma e fui aproveitando para sacar o camaroeiro. O problema é que estava localizado numa pedra a cerca de meio metro de altura da água e não tinha grande possibilidade de meter o camaroeiro dentro de água com eficácia.

A luta prosseguiu, o camaroeiro já estava na pedra e o peixe começa a aproximar-se. Era um bonito sável com um porte bastante bom e a dar luta contínua. Não parava um segundo e estava sempre a nadar numa base circular. Às vezes com investidas fortes, outras vezes mais calmo. A cana sempre dobrada e o carreto a cantar continuamente. Durante 10 minutos andei nisto, tentando afastar o peixe da pedra onde eu me encontrava, pois vontade não lhe faltava de cortar a linha.

Depois de 10 minutos, e aproveitando um ligeiro cansaço do peixe, liguei ao Torres para vir dar ajuda. Ele lá apareceu rapidamente, pegou no camaroeiro e preparou-se para tirar o sável. Depois de mais 3 minutos a tentar puxá-lo para o camaroeiro, lá o conseguimos tirar!!

A adrenalina era total e a captura do sável foi bem conseguida com linha 0,18 da Trabucco e colher nº3. Um lindo peixe com 62 centímetros e cerca de 2 kg de peso.

Sável 62 cm Rio Minho Maio 2014

Depois desta captura, ainda insistimos na zona, mas o sável parecia ser único. A minha vontade de pescar já não era muita até porque já tinha ficado bastante satisfeito com este troféu.

De qualquer forma, avançamos para uma saída de água mais lenta que desembocava num poço. Eu fiquei com a parte de cima desse local, enquanto que o Torres avançou para o spot seguinte. O problema do local era que eu estava a lançar a dois metros de altura da água. Primeiro lançamento, começo a recuperar e vejo um brilho prateado ao longe e a amostra a parar. Não cravou, mas era ou sável ou savelha. Segundo lançamento, a mesma história.

Bem, com sáveis ou savelhas é sempre preciso insistir. Lá insisti durante 15 minutos e quando já estava para abandonar o local, realizo mais um lançamento, começo a recuperar e a linha foge para a direita. Arranca um sável com força e o carreto começa a dar linha. Tive que o segurar no limite, pois não faltava lenha seca na margem e dentro de água. Lá o consegui controlar com algum discernimento e po-lo na direcção do local onde me encontrava. Aproveitando uma menor predisposição do peixe para lutar, deixei-me escorregar pela margem abaixo e saquei de camaroeiro. O peixe arrancou mais uma vez na direcção da madeira e lá o segurei já no limite. Sem vontade de o perder, puxei a linha ao máximo e encaminhei-o para dentro do camaroeiro. Mais um lindo sável com 55 centímetros e mais de kilo (foto de capa).

O dia estava a correr bem demais para o meu lado. Aproveitei para insistir no local e o Torres juntou-se a mim. Bem coamos água, mas com o céu a clarear e o calor a instalar-se, deixou de se ver peixe a movimentar. Perante este cenário, e uma vez que já tínhamos molhado bem a sopa, não valia a pena continuar no Minho e fomos à procura doutros destinos. O Minho já tinha facturado bastante bem!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.