Recentemente, tive a oportunidade de passar rapidamente pelo Rio Minho. Como o meu destino de pesca foi outro, só na parte da tarde é que fiz caminho para a zona de Monção à procura de capturar algum exemplar que andasse mais distraído. Isto porque atendendo aos últimos relatos de pescarias no Minho, seria mesmo excepcional conseguir tirar alguma coisa de jeito. A única notícia de jeito que recebi do Minho nos últimos tempos foi a da captura de um bom salmão fêmea à mosca (streamer) na zona da Lapela. Segundo os relatos que recebi, o peixe tinha cerca de 4,5kg e tinha acabado de entrar no rio, pois apresentava uma linda cor prateada …
Bem, mas voltando à pescaria, o que importa salientar era que o dia estava bastante nublado e que estava a cair alguma chuva com pouca intensidade. Talvez este conjunto de condições conseguisse tirar as trutas do fundo e pô-las em movimento.
Cheguei ao local por volta das 14h30 e comecei logo a coar água numa sequência de poços profundos para montante de Monção. Não se via qualquer movimentação à tona da água, mas dentro de água não faltavam cardumes de taínhas a comer, algumas tão esfomeadas que vinham a seguir a colher e a tentar mordiscá-la. Enfim, durante cerca de 30 minutos, não senti qualquer toque, nem vi truta atrás da amostra.
Corri o primeiro poço e avancei para o segundo. No segundo poço, havia uma ligeira corrente que se tornava cada vez menos profunda antes de entrar numa zona de rápidos. Pareceu-me o local para poder capturar algum peixe. Insisti durante 10 minutos e apenas vi taínhas. Quando já estava para abandonar o local, realizo um lançamento para o centro do rio, deixo afundar e quando a colher dá meia volta para entrar na minha direcção, sinto um puxão na linha e cravo. Do outro lado, vejo um peixe a dar luta, tento puxá-lo, ele salta fora de água e cospe a amostra. Por aquilo que vi e pelo tipo de luta que deu, pareceu-me claramente uma savelha com cerca 40 e picos centímetros.
Entretanto, a chuva começou a engrossar. Ainda bati um redemoinho com calma, mas à medida que me fui molhando tive que deixar a pesca naquele local e ir até ao carro vestir a capa.
Quando cheguei ao carro, recebi uma chamada de um amigo que me deu uma dica e resolvi ir até à zona de Troviscoso. Parei o carro e toca a lançar numa zona de corrente bastante promissora. Mais uma vez, só se viam taínhas e nada de peixe a sério. À medida que via que nada respondia, fui caminhando para montante. Numa zona em que a corrente afundava um pouco mais, lancei para a outra margem, deixei afundar um pouco e quando comecei a recuperar senti uma boa pancada da linha. Como estava com linha 0,18 da Trabucco, resolvi imprimir alguma força e notei que do outro lado não estava um peixe muito grande. Tentei segurá-lo com calma e fui recolhendo linha. Em pouco menos de 40 segundos, consegui colocar uma linda truta de 26 centímetros do meu lado.
Depois de devolver a truta, voltei à faina com mais afinco, mas de nada adiantou. A chuva começou a parar e o sol surgiu. O peixe parecia que tinha parado. Mesmo assim, ainda consegui ver uma cena única. Uma pequena truta com cerca de 12 centímetros a tentar comer um alevim quase fora de água e em cima dos meus pés. O alevim lá conseguiu dar gás e fugir à truta, mas não antes de andar aos saltos fora de água, tal como a truta!! Vontade não lhe faltava 🙂
Depois desta cena caricata e com o tempo a aquecer, resolvi dar por terminada a pescaria no Minho. Efectivamente, nota-se que a densidade de peixe não é muita, pelo menos a correr atrás da amostra, e portanto é muito difícil encontrar um bom dia de pesca. O adiantado da temporada e o calor são factores que normalmente ajudam a que o peixe esteja mais colado ao fundo e menos disposto a correr atrás da amostra. Isto não quer dizer que não se possam fazer umas boas pescarias até ao final do mês de Julho.
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