Vai passando o tempo de defeso e continua o frenesim de criação de concessões de pesca desportiva junto do ICNF. Desta vez, a vitima é um troço do Rio Cabril, afluente do Rio Lima, onde já pesquei várias vezes e que é conhecido por albergar bons exemplares de trutas comuns, especialmente na sua parte final. Trata-se de uma zona de primeira qualidade, com uma paisagem inconfundível e onde ainda se consegue pescar em plena simbiose com a natureza.
Com a legislação aplicada no Parque Nacional da Peneda Gerês que acabou por suspender a pesca desportiva em todas as águas livres, deixei irremediavelmente de visitar o Rio Cabril. Um facto que me custou bastante, até porque este era sempre um local de eleição para andar à procura de grandes exemplares.
Agora, com a constituição desta concessão de pesca desportiva, volta a ser possível pescar sem preocupações legais no Rio Cabril. A concessão fica entregue ao Clube da Caça e Pesca do Lindoso durante 10 anos e pressupõe o pagamento de uma taxa anual de 23,96 euros por 4 km de rio em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. Um montante irrisório que me faz perguntar se a existência do Parque Nacional consegue trazer algum valor acrescentado aos direitos de pesca. Pelos vistos não!! Assim, o trabalho da entidade gestora do parque e do ICNF na preservação do entorno natural para o pescador e na preservação da massa fluvial e da população piscícola, não vale grande coisa!! Só assim se justifica este preço, que nada acrescenta relativamente aos valores cobrados noutras zonas agrícolas, ou mesmo urbanas.
Para quem quiser uma análise mais detalhada daquilo que se fez com o Rio Cabril, segue abaixo cópia do despacho assinado em 19 deste mês:
No geral, esta concessão, apesar de ser sempre uma iniciativa polémica, permite uma gestão mais apertada do Rio Cabril. Sei que não são águas de primeira categoria para o spinning, pois o relevo e caudal deste rio adequa-se mais à pesca com minhoca, no entanto, a zona de confluência com a barragem é para mim algo especial para o heavy spinning.
Agora, vamos aguardar pelo plano de exploração para ver como se pode aceder a esta massa de água. Se acreditar no trabalho da entidade gestora e achar que sabem o que estão a fazer, pode ser que ainda passe no Rio Cabril no próximo ano para tentar a minha sorte.
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