Depois de mais uma grande caçada às perdizes em Santo Estevão na companhia do Mota, resolvi passar pelo rio Côa para ver como andavam as condições do caudal. Não é que faltassem perdizes, mas já sentia saudades de estar à beira rio. Sei que ainda faltam “alguns dias” para a abertura, mas com o frio a apertar (apanhei 6 graus negativos às 7 da manhã na Rapoula do Côa) e a chuva a não dar o ar da sua graça, achei que valia a pena passar pelo rio para ver o panorama.
O rio Côa, à sua passagem pelo Sabugal, apresentava um caudal normal. Encontrava-se dentro do leito, com uma profundidade típica da Primavera e com algumas correntes, mas sem grande expressão em termos de força. Sei que o paredão da barragem a montante condiciona as condições neste troço e por essa razão é normal encontrar este tipo de cenário, especialmente se a comporta da barragem estiver fechada, como foi o caso.
Fique animado pelo facto do nível da barragem estar em máximos, o que parece indiciar que haverá reserva de água pelo menos para assegurar caudais durante algum tempo. Isto se houver vontade de manter caudais ecológicos.
Quanto a sinais de peixe, nem vislumbre dentro e fora de água. Com o frio acentuado que se notava fora de água, reforçado por um vento de cerca de 60 km/hora, era mais que natural que o peixe estivesse abrigado em zonas mais fundas, ou então que estivesse a caminho dos locais de desova, especialmente no caso da truta. Este período de acalmia pode até ser bom para proporcionar uma desova descansada das trutas, evitando que uma grande parte dos ovos sejam arrastados para jusante por fortes correntes. Obviamente, que não convém que esta situação se alargue em demasia, já que a chuva é condição fundamental para assegurar acesso aos melhores locais de desova e uma boa oxigenação da postura.
No global, gostei de ver o rio Côa mais uma vez. Nos últimos anos não tenho conseguido lá pescar com a calma que se exige, mas espero que este ano consiga alterar esta situação. Já tenho saudades de tirar um exemplar com mais kilo neste grande rio …

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