Com o início de mais uma temporada de pesca às trutas, são muito aqueles que ambicionam pescar uns bons exemplares, mas tal tarefa afigura-se mais difícil na prática do que parece na teoria. Efectivamente, ou se tem tudo planeado para na abertura cair de imediato em cima de um local onde sabemos que existem trutas de grande porte e elas mordem logo, ou então arriscamos a ter que esperar alguns tempos até que a pressão de pesca acalme e elas voltem às suas rotinas habituais, perdendo o medo das amostras.
Tudo isto ainda se torna mais complicado se andarmos a pescar em ribeiros ou pequenos rios, já que nestes locais as trutas grandes, ou saem logo nos primeiros dias, ou então ficam vacinadas contra amostras. Já nas barragens e lagoas, as coisas podem ser ligeiramente diferentes e colocar alguma vantagem do lado do pescador. Superfícies mais largas tendem a reduzir a pressão de pesca e as grandes trutas só sentem a presença dos pescadores nos dias em que estão mais encostadas às margens.
Assim, e já com a temporada em andamento, resolvi visitar uma barragem truteira à procura de bons exemplares. O dia escolhido não foi o melhor, pois o céu andava entre o nublado e o claro, apresentando temperaturas relativamente amenas. Não tendo podido começar a faina de amanhã, só cheguei a este local por volta das 14h30 e decidir pescar 3 horas apenas.
Preparei o equipamento de heavy spinning e resolvi meter mãos à obra. Desde longe, e enquanto ia realizando os empates, verifiquei que existia uma leve actividade de peixe à superfície, mas não conseguia perceber o que se estava a passar e qual a espécie, podia ser escalo ou truta.
Os primeiros lançamentos saíram numa pequena baía da barragem onde entrava um ribeiro com pouco caudal. Comecei a coar água lentamente. Nos primeiros lançamentos, não senti nada. A colher apenas circulava a meia água sem qualquer tipo de obstáculo. Entretanto, resolvi deixar afundar mais um pouco após o lançamento. Logo na primeira tentativa, senti uma ligeira prisão na amostra quando comecei a recuperar. Resolvi insistir. No segundo lançamento, deixo afundar, sinto uma leve prisão na linha e quando começo a recuperar, vejo que tenho peixe do outro lado. Era truta!! Ela salta fora de água e começa a fugir para a esquerda, lá a seguro como posso e com calma trabalho-a para a afastar dos ramos e das pedras. Em pouco tempo, já estava do meu lado; uma linda truta de 30 centímetros (foto de capa).
Depois desta primeira captura, resolvi insistir no mesmo local e volto a ter outro toque. Não ficou. Continuo a insistir e passados 20 lançamentos, outro toque. Havia ali mais do que uma truta, mas não estavam a picar com força. Então, resolvi andar um pouco para a esquerda à procura de uma zona com menos profundidade onde a corrente do ribeiro era mais notória. Lançamento para a outra margem da baía, começo a recuperar, sinto um toque, outro toque e ao terceiro cravo com força. A truta até saltou fora de água com a força da cravadela. Claramente apresentava um maior porte do que a anterior e obrigou-me a uma ginástica adicional para evitar alguns ramos dentro de água. Depois de cerca de 2 minutos de luta, consigo colocá-la ao meu alcance. Uma linda truta de 37 centímetros!
Depois desta captura, ainda insisti no mesmo local, mas sem resultados práticos. Consegui ter mais um toque em meia hora de lançamentos, mas rapidamente percebi que aquela zona estava esgotada e que era necessário abrir caminho para outro local.
Assim, meu dito e meu feito, peguei no carro e fui à procura de outra baía onde entrasse uma linha de água. Desta vez, num local com fundo de areia em vez de fundo de pedra, como o anterior. Ainda pensei ir logo directamente à saída da linha de água, mas resolvi realizar o primeiro lançamento numa zona de areia mais espraiada onde se viam dois grande ramos suspensos sobre a água. O lançamento saiu para perto dos ramos e mal entrou a colher na água, senti logo uma resistência. Cravei instintivamente e só vejo uma boa truta a saltar no ar. Um espectáculo!! E ainda por cima a correr com força para os ramos. Lá a seguro com o 0,18 no máximo e começa então uma luta em que a truta fez de tudo para tentar fugir. Só mesmo algum engenho e calma é que permitiu que ela viesse ao meu camaroeiro. Uma linda truta de 41 centímetros.
Depois desta captura, ainda fiz todo o percurso até à saída da linha de água, mas sem resultados. Aliás, já pouco estava importado com o que se seguia, pois a pescaria já tinha sido bastante boa. Qualquer coisa adicional que surgisse só era mesmo uma cereja no topo do bolo.
Para quem quiser visualizar a sequência destas três capturas e as condições das mesmas, pode clickar no vídeo abaixo que foi realizado no calor do momento:
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