Pleno Junho e mais um dia de chuva no Rio Lima, motivado por uma leve frente fria que entrou do mar. A chuva não era muita, mas sempre arrefecia as águas do Lima que em meados de Junho já estavam relativamente quentes e não apresentavam as melhores condições para as trutas estarem activas durante todo o dia.
Como o Lima este ano não tinha sido muito produtivo em termos de trutas durante os meses de Maio e Junho, achei que valia a pena tentar explorar esta oportunidade à procura de um golpe de sorte. A molha estava garantida, agora era só uma questão de ver o que é que ia mexer naquelas condições meteorológicas.
Cheguei ao rio por volta das 7 horas da manhã e deparei-me com um caudal relativamente baixo, o que significava algum débito da Barragem de Touvedo, mas nada de substancial. Ao mesmo tempo, a chuva introduzia alguma agitação na superfície da água. Como tal, e sem hesitar, preparei o equipamento de heavy spinning e fiz-me ao rio. A minha ideia era pescar um troço com algumas correntes profundas e poços localizado entre Ponte de Lima e Ponte da Barca.
Os primeiros lançamentos saíram num poço relativamente profundo. Bem que lancei e lancei no local, mas nem sinal de trutas a quererem morder. Apenas vi uma truta com cerca de 28 centímetros a passar junto aos meus pés e vi dois cardumes de savelhas a seguirem a colher.
Sem novidades, resolvi avançar para as correntes e mais do mesmo. Com a claridade a aumentar e sem toques de jeito comecei a desmoralizar. Parecia que, apesar das boas condições, as trutas não estavam presentes ou então estavam bem picadas. Aliás, este ano a pesca às trutas no Lima tem estado muito complicada, especialmente a partir de Maio, o que poderá ser sintoma de alguma coisa.
Enfim, enquanto ia pensando nestes assuntos, ia também avançando à procura de sítios mais produtivos. Lançamento aqui, lançamento ali e apenas via alguma savelha aqui e ali, mas com a chuva e o frio, também parecia que não queriam nada com a amostra.
Já sem grande esperança e depois de duas horas de pesca, resolvi firmar o meu ataque numa corrente profunda à saída de um poço. Lançamento atrás de lançamento, via uma que outra savelha a seguir a amostra. Estava eu a pensar que já não valia a pena perder tempo, quando num lançamento mais largo, começo a recuperar e mal a colher entra em rotação, sinto um toque e cravo um peixe. O peixe sentindo-se preso arranca para a esquerda e depois para a esquerda com força inusitada. Lá o seguro como posso e vou tentando trazê-lo até mim. A cerca de 15 metros de mim, vejo que é uma savelha. Com calma dou-lhe mais um minuto e meio de luta e como estava bem cravada, não tardou a parar nas minhas mãos. Uma linda savelha do Lima com 42 centímetros que foi rapidamente devolvida à água.
Com esta captura, animei um pouco, mas sem grandes expectativas. Mesmo as savelhas demonstravam bastante passividade a seguir a amostra e portanto aquilo tinha-me parecido uma captura singular. Quanto a trutas, nem vê-las.
Ainda pesquei durante mais duas horas para montante, mas foi mais do mesmo. Mesmo com chuva, parecia que o Lima não estava ao nível do ano passado, especialmente a nível de capturas. No final, ficou mesmo a satisfação de ter capturado uma savelha fora de época e pouco mais …
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