De passagem por Covas no Coura ….

De passagem por Covas no Coura ….


Depois de uma boa temporada do início de Junho dedicada ao Rio Lima, resolvi aproveitar um final de tarde com caudal a toda a força em Ponte de Lima, para voltar a visitar um dos meus paradeiros favoritos nesta altura que é o Coura. Apesar de ser um rio bastante ingrato nos primeiros meses da temporada, com o calor, o Coura costuma ter trutas bastante activas e como tal proporciona boas sessões de pesca, desde que se escolham os dias com algum bom senso.

Mesmo em dias de calor intenso e com o sol a brilhar é possível realizar boas capturas, desde que tenhamos atenção à fase lunar e sobretudo à possibilidade de existência de alguma trovoada na zona.

Assim, e em plena tarde de calor e sol, cheguei ao Rio Coura na zona de Covas. A barragem estava em baixo, o caudal era quase inexistente e como tal existiam algumas zonas do rio mais expostas. Atendendo às circunstâncias pouco favoráveis, à primeira vista, resolvi pegar no material de light spinning, para pelo menos conseguir vislumbrar algumas trutas.

Comecei a faina junto ao parque de merendas, mas ali nem sinal de trutas. Mesmo após vários lançamentos, só consegui ver alguns alevins a seguir a colher. Era mesmo sinal de que a pressão de pesca naquele local já tinha passado do limite há muito tempo. Por isso, nem perdi tempo. Dei corda aos sapatos e toca a avançar para montante, tentando ao máximo meter-me em zonas com forte cobertura vegetal. Podia ser que ali as coisas estivessem melhores!!

Mal entrei num buraco com muito arvoredo, deparei-me com várias trutas a mosquear e algumas de bom tamanho. Lançamentos para a esquerda e para a direita e começaram a mexer os primeiros exemplares. Sempre com distância de segurança, mas a demonstrarem actividade.

Avancei um pouco mais para montante e vejo uma truta de quarenta e picos centímetros a mosquear à superfície. Era bom bicho. Veio à número 1 da Mepps, mas deu a volta. Meti uma tanger nº3 cor cobre, fui atrás dela, mas sem sorte. Levei um toque e fiquei a olhar. Ela estava muito próxima da superfície para se deixar enganar …

Depois desta truta, avancei para uma zona com um pouco de corrente. Lançamento para montante junto à minha margem, começo a recuperar e vejo uma boa truta a parar aos meus pés. Lançamentos para a outra margem e consigo meter a colher debaixo de uns salgueiros. Começo a recuperar e vejo uma boa truta a seguir a colher como um foguete. Deixo atrasar e quando acelero novamente, ela arranca com força e crava-se . AHHHH BIXO!! Não parou mais dentro de água até chegar aos meus pés. Tive que a levantar a peso para evitar que caísse no meio de umas raízes. Uma linda truta de 25 centímetros do Coura.

Truta 25 cm Rio Coura Covas Junho 2015

Depois desta captura, meti-me a caminho ainda mais para montante. O espectáculo era impressionante. Em cada lançamento, via duas a três trutas atrás da colher, numa densidade impressionante. Dava mesmo gosto estar a pescar, mesmo sem toques.

Entretanto, entrei numa zona mais encoberta. Lançamento para jusante, comecei a recuperar e de repente aparece uma truta a correr de jusante que se crava na amostra. Não era muito grande, mas deu boa luta. Em poucos menos de 30 segundos, já estava na mão. Uma linda truta de 14 centímetros.

Truta 14 cm Rio Coura Covas Junho 2015

Depois disto ainda tive mais duas trutas cravadas e tirei outra, mas fiquei sobretudo impressionado pelo grande espectáculo de pesca que estava a viver. Trutas e mais trutas em sequências infindáveis. Um claro exemplo daquilo que os nossos rios deveriam ser e tudo isto em zona livre. Nem na concessão do Coura, existia esta densidade de peixe!!

Related Posts with Thumbnails




Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.