Depois de um início de pescaria pouco promissor no Rio Lima, a situação ficou ainda pior quando os artistas que gerem a barragem de Touvedo, resolveram abrir as comportas a sério, criando um cenário quase impossível de pescar. A corrente ficou a níveis elevados, mas pior do que isso foi a concentração de lixo que começou a deslocar-se para jusante, impedindo que a amostra pudesse trabalhar de forma decente dentro de água, já que cada lançamento implicava cravar algum tipo de lixo.
Sem grandes opções, resolvi então avançar para o Rio Minho com dois objectivos principais; tentar tirar algumas savelhas e tentar mexer algumas trutas. Como já ia um pouco tarde, as minhas expectativas não eram muito altas, até porque o sol já estava a brilhar e o calor começava a apertar, num cenário pouco propício para a pesca. De qualquer forma, peguei no material de heavy spinning e avancei para o rio. A primeira zona a bater foi um cotovelo de rio na zona a montante da foz do Mouro. Trata-se de uma zona de redemoinho onde normalmente se juntam algumas savelhas na migração ascendente. O meu plano inicial era pescar aquela zona com calma, mas quando cheguei ao local vi que não faltavam pescadores ao barbo. Eram para aí uns 15. Primeiro lançamento para o centro do redemoinho, começo a recuperar e sinto um toque ligeiro. Cravo com força e noto tensão do outro lado. O peixe arranca para a direita, depois arranca para a esquerda e finalmente salta fora de água. Era uma savelha com cerca de 35 centímetros. Lá a trabalhei com calma e sem grandes novidades, consegui-a arrastar até aos meus pés, pois estava mesmo com os pés dentro de água. A primeira do dia em frente aos outros pescadores que ficaram meio atarantados com o sucedido.
Depois desta captura, ainda insisti no poço durante mais de 20 minutos, mas nem sinal de peixe. Era exemplar único! Na falta de espaço para me mexer, resolvi ir para outro sítio, desta vez a jusante de Monção.
Cheguei ao local por volta das 12 horas e não se via sinal de outros pescadores. O que era claramente um alívio. Como tal, e com um troço de rio só para mim, resolvi atacar logo um poço seguido por uma corrente com profundidade média. No poço, seguiram-se vários lançamentos, mas nem sinal de peixe. Como tal, avancei rapidamente para a corrente. Fui realizando lançamentos para montante, à procura da outra margem e depois tentava fazer uma deriva controlada da colher para permitir que ela ganhasse profundidade. Num dos primeiros lançamentos, senti um bom toque mal a colher começou a andar. No lançamento seguinte, outro toque, mas mais fraco. No terceiro, a colher caiu na água e mal comecei a recuperar, cravo um peixe que começa a arrancar para jusante. Lá o segurei como pude e avancei para cima de algumas algas para evitar que ele se enrodilhasse nelas. Entretanto, o peixe inverteu a marcha e passou junto aos meus pés, podendo eu verificar que se tratava de uma truta. Com 0,18, forcei um pouco o fio e coloquei rapidamente a truta ao meu alcance. Uma linda truta do Minho com 26 centímetros.
Satisfeito com esta captura, resolvi acabar a corrente até fim. Ainda tive mais dois toques e tirei um pequeno exemplar de truta que devolvi rapidamente à água.
Terminada a corrente, resolvi atacar um grande poço com profundidade de 3 a 5 metros e cobertura de seixo e areia. O meu objectivo era tentar alguma savelha. Primeiro lançamento, começo a recuperar e sinto um pequeno toque. Segundo lançamento, a mesma coisa. Terceiro lançamento, deixo afundar um pouco mais, começo a recuperar lentamente e cravo uma savelha que começa debater-se dentro de água. Não era peixe muito grande, mas não parecia querer-se render facilmente. Lá lhe segurei as primeiras investidas e depois de dois saltos, começou-se a deixar encostar até chegar ao meus pés. Era uma linda savelha com cerca de 37 centímetros.
Depois de mais esta captura, ainda insisti no poço à procura das amigas, mas nem sinal. Parecia que era exemplar único.
Com o calor a entrar em força, resolvi pescar um troço com muitas árvores e sombra, ligeiramente mais a jusante. O calor era de tal ordem que o peixe, sobretudo as trutas, iria certamente procurar locais mais frescos. Efectivamente, e mal cheguei, vi logo actividade à superfície. Eram trutas que estavam a comer em zona de sombra e que começaram a mexer logo atrás da colher. Assim, e sem grandes novidades, consegui de imediato realizar duas capturas de tamanho não muito grande (24 e 22 centímetros).
Ainda tive uma boa savelha presa no centro do rio, mas desta vez a sorte foi madrasta e ela conseguiu cuspir a colher.
No global, esta incursão pelo Minho foi bastante satisfatória, produzindo momentos bastante animados de pesca. Claramente a antítese daquilo que foi a maioria da temporada neste rio, em que predominaram as jornadas sem qualquer captura ou mesmo toque. Espero que isto seja um primeiro sintoma de alguma melhoria que possa trazer resultados mais promissores no próximo ano.
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