13 nos lotes do Coura

13 nos lotes do Coura




Já no final de Julho, resolvi combinar uma pescaria com o Dr. Sousa Rodrigues e o amigo Vasconcelos nos lotes do Coura. A ideia inicial era desfrutarmos de uma sessão intensa de pesca, mas à medida que se foi falando sobre o assunto e se foi juntando mais gente à empreitada, rapidamente se mudou o tom da jornada para uma vertente mais gastronómica. Portanto, a pescaria iria acontecer, mas daria lugar a um arroz de cabidela de pica no chão no Restaurante Constantino a partir das 14h30.

Meu dito, meu feito e às 6 horas da manhã já estávamos à porta do Restaurante Constantino para levantarmos as licenças de pesca e afinar os pormenores do petisco. Tal como combinado, todos os pescadores iam pescar dois lotes.

Chegamos ao rio eram 7 horas da manhã. O rio estava com muito menos caudal do que na última visita e portanto a decisão óbvia foi a de preparar o material de light spinning com fio 0,12 e amostra Mepps Aglia nº1. Os primeiros lançamentos saíram numa zona de corrente e começaram-se a ver as primeiras trutas de pequeno tamanho. Estavam activas e vinham bicar a colher, mas não tinham tamanho para cravar como deve ser. Assim se passaram os primeiros 20 minutos de pesca, comigo, com o Vasconcelos e com o Dr. Sousa Rodrigues a tentar a sorte às trutas pequenas e só o Dr. Sousa Rodrigues conseguiu tirar um pequeno exemplar.

Depois das correntes, entrei num poço e vi um primeiro bom exemplar a mexer mal a amostra caiu na água. Deu duas voltas atrás da colher, mas não cravou. Voltei a insistir no mesmo sítio e mal a amostra caiu na água tive um bom toque e cravei de imediato. A truta, sentindo-se presa, ainda se tentou meter debaixo de uma pedra, mas não teve qualquer hipótese. Em pouco menos de um minuto já estava nas minhas mãos. Um lindo exemplar de 28 centímetros!!

Truta 28 cm Rio Coura Julho 2015

Não satisfeito com esta captura. Voltei a lançar no mesmo poço, desta vez para a entrada da corrente. A amostra começou a rolar e mal passou junto a uma pedra mais saliente tive um bom toque e consegui cravar outra vez. A truta ainda saltou fora de água, mas estava bem cravada. Um lindo exemplar de 25 centímetros também veio parar às minhas mãos.

Enfim, o dia parecia estar a prometer. As trutas estavam activas e naquele poço não faltavam exemplares. Mesmo após as duas capturas, ainda tive mais três toques.

Depois deste poço, comecei a rumar para as correntes superiores. O local envolvia alguma escalada, mas valia claramente a pena. Quando cheguei à zona de correntes mais a montante, deparei-me com várias trutas a mexer nas zonas mais fundas ou com pequenos poços. Em pouco mais de meia hora de lançamentos contínuos, tirei três lindas trutas. Era uma delícia vê-las a perseguir à amostra e a picar mesmo à saída das correntes! Momentos de grande beleza plástica.

Entretanto, os amigos Vasconcelos e Sousa Rodrigues andavam a palmilhar terreno em vez de apanhar trutas. Um arrancou para a frente a todo o gás e o outro veio ter comigo a um açude, totalmente esbaforido. Tinha caído de uma pedra e tinha perdido os óculos. Felizmente, não se tinha aleijado muito (foi mais o susto) e portanto ainda voltamos o local da queda e conseguimos recuperar os óculos.

Depois de recompor e recolocar o Vasconcelos em modo de pesca, voltei atacar a zona onde tinha parado a safra. Aproveitando todos os cantos e recantos, fiz três horas de pesca de grande qualidade e consegui capturar mais oito exemplares. Elas estavam bastante activas e atacavam sem pestanejar, desde que o pescador se escondesse bem e os lançamentos fossem milimétricos. Era bom demais para ser verdade e a sequência de fotos abaixo demonstra uma parte da acção.

Truta arco-íris 21 cm Rio Coura Julho 2015

Truta 24 cm Rio Coura Julho 2015

Acabamos por volta das 14 horas com o sol já bem colocado no céu e o calor a tornar-se insuportável. O Dr. Sousa Rodrigues ainda capturou mais uma truta de 27 centímetros, mas o amigo Vasconcelos nem molhou a sopa. Realmente, o dia tinha-lhe corrido bastante mal, mas vingou-se na cabidela que estava de lamber os beiços.

Enfim, esta acabou por ser mais uma pescaria memorável no Rio Coura. Não foi dominada por grandes exemplares, apesar de termos visto 3 trutas acima de kilo (eu quase que pisei uma, pois saiu-me dos pés parecia uma bala), mas pautou-se por uma densidade muito boa de trutas activas. Um bom sinal que deixou água na boca para a próxima temporada, pois ficou a promessa de pescarmos mais 3 ou 4 quatro vezes nestes lotes na próxima época …

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.