Com Setembro a andar e depois de umas primeiras chuvadas a sério, resolvi aproveitar o primeiro dia de sol para visitar o Rio Neiva na zona onde é permitida a pesca às trutas mariscas. A minha ideia não era realizar uma pesca intensiva à truta no Neiva, mas sim dar uma volta pelo rio num troço relativamente curto para ver se tinha entrado alguma marisca.
A zona escolhida começava numa queda de água e depois apresentava um troço com muita cobertura vegetal para montante e onde as correntes pouco profundas entremeavam com alguns pequenos poços. Atendendo às chuvas da semana passada, ainda pensei em encontrar o rio com alguma cor, mas a verdade é que estava com a água relativamente limpa. Assim, e sem hesitação, peguei no material de light spinning e comecei a pescar na queda de água do açude. Lançamento para a esquerda, lançamento para a direita e na terceira recuperação tenho o primeiro toque de uma truta pequena que não cravou. Resolvi insistir e num lançamento à contra corrente, faço a primeira truta. Um pequeno exemplar de 14 centímetros que entrou e cravou-se sozinho.
Depois desta captura, comecei a fazer o troço para montante, mas a elevada concentração e altura da vegetação dificultavam imenso a acção de pesca. Existiam troços de 40 a 50 metros onde era quase impossível lançar a colher sem fazer barulho e assombrar as trutas. Assim, os lançamentos acabaram por incidir em zonas mais limpas e onde elas também estavam mais atentas.
Em cerca de 500 metros de rio, não tive grande acção da parte das trutas comuns e não vi qualquer marisca. Efectivamente, as boas chuvadas não tiveram os efeitos desejados na subida das mariscas. Quanto às trutas comuns, viam-se alguns exemplares, a grande maioria sem medida e apenas uma ou outra com tamanho razoável. Estavam todas ainda bastante picadas e só em lançamentos muito longos onde eu me conseguia esconder totalmente, é que elas seguiam a colher. O que me vi em relativa abundância e me deixou bastante surpreendido, foram dois ou três cardumes de mais de 10 barbos, todos com tamanho de kilo para cima. Numa zona de rio relativamente pouco larga, isto foi um facto que me surpreendeu, mas que foi rapidamente justificado por um aspecto muito concreto. Estes barbos de bom porte estavam ali concentrados por causa das uvas que iam caindo gradualmente dentro de água. A concentração vegetal era de tal ordem que existiam várias videiras nas margens do rio.
Enfim, no global, esta investida valeu essencialmente pelo regresso à margem do Neiva com um caudal razoável. Realizei alguns lançamentos de boa qualidade em zonas difíceis e tive a oportunidade de ver os locais onde as trutas estavam localizadas. Algo que pode vir a ser importante já na próxima temporada.

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