Recentemente passei pelo Rio Lima e voltei a observar o flagelo do costume nesta zona, que acaba por retratar muito daquilo que também se passa noutras massas de água por esse país fora. Numa altura em que a pesca profissional com rede já devia estar mais do que proibida no Rio Lima, visualizei uma rede abandonada numa zona que pesco de forma frequente.
Apesar de algum acumular de lixo e algas, esta rede foi observada depois das chuvadas da semana passada, o que parece indicar que a mesma deveria estar operacional no início de Setembro / finais de Agosto. Aliás, a minha última visita a este local foi em finais de Julho e na altura não existia qualquer tipo de aparelho de pesca colocado neste troço de rio.
Isto vem confirmar que a pesca profissional no Rio Lima continua a ser realizada por quem quer e quando quer, passando assim para o domínio do furtivismo. Com a colocação de redes em alturas como estas, e sobretudo daqui para a frente, o que se pretende efectivamente capturar são trutas mariscas, salmões e trutas comuns a caminhos dos locais de desova preferenciais, sendo esta uma situação com a qual não podemos compactuar e ficar de braços cruzados.
Assim, mais uma vez apelo a alguma réstia de competência e responsabilidade das entidades responsáveis por estas matérias no sentido de fazerem uma fiscalização mais activa deste tipo de situações. Compreendo que de um ponto de vista ambiental e de gestão da densidade piscícola, não faz qualquer sentido a existência de pesca profissional para montante de Lanheses, num rio como o Lima. No entanto, e uma vez que a mesma é permitida, convém que haja alguma vigilância para garantir que esta prática não compromete irremediavelmente o futuro da fauna fluvial deste grande rio truteiro que já está muito longe da produtividade de algumas décadas atrás.

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