Aproveitando um final de tarde passado em Viseu, resolvi matar saudades e visitar um dos poucos troços livres do Rio Vouga nesta zona e que fica localizado entre duas concessões de pesca. Já há muito tempo que não visitava este local, e como tal o meu receio era elevado relativamente às condições de pesca, pois muito podia ter mudado no entretanto. Assim, a minha primeira intenção, não era de pescar a sério e realizar grandes capturas, pois o dia estava com muito sol e certamente que já tinha passado muita gente por ali, mas sim de procurar analisar as condições de pesca para uma posterior expedição em dia mais propício.
Comecei a pescar às quatro horas da tarde, armado com cana de 1,8 metros, fio 0,18 da Trabucco e amostra tanger nº3. Os primeiros lançamentos saíram numa zona com uma corrente lenta, uma distância de 15 a 20 metros entre margens e uma profundidade de cerca de 2 a 3 metros. A água estava limpa e notava-se apenas alguma escuridão pontual motivada pela cor do leito do rio e por alguma, pouca, poluição.
Mal comecei a pescar, vi alguma movimentação ocasional à superfície. Parecia truta, mas não tinha certezas, até porque os locais onde se verificavam esses afloramentos ficavam normalmente fora do alcance da amostra. Fui pescando lentamente para montante e verifiquei que o troço em questão tinha uma boa sequência de correntes com maior e menor profundidade, entremeada por um que outro poço. Os poços não eram muito substanciais, portanto não me permitiam pensar em grandes exemplares, mas havia condições para manter algumas trutas de bom tamanho. O problema era que não se viam!!
Durante duas horas fui trilhando caminho para montante. Vi um pescador ao spinning na outra margem e vi pegadas recentes do meu lado, com especial incidência nas zonas de correntes e como tal, resolvi virar a minha atenção para a zona de remansos e poços. Vi dois peixes a fugir debaixo dos meus pés, um pareceu-me uma boa truta, mas o outro não o consegui identificar.
Já sem esperança, realizei um lançamento por entre as árvores numa zona sem corrente. Recuperei sem grande novidade e quando a amostra já estava a sair fora de água, sinto uma pancada e vejo um truta a saltar fora de água. Deixei-a dar duas pancadas iniciais e levantei-a a peso para fora de água, colocando-a imediatamente ao meu alcance. Uma linda truta do Vouga com 30 centímetros e uma pintas negras bastante bonitas. No entanto, um exemplar também bastante magro, o que me deixou perplexo, atendendo às chuvadas que têm caído e que têm colocado muitos nutrientes nos rios.
Depois, desta captura não houve mais novidade e acabei por fechar a pescaria junto a uma das concessões do Vouga.
No global, gostei de verificar que o Vouga continua em boas condições. Não consegui determinar a densidade de trutas, mas já sei que elas não são fáceis neste rio e que só se conseguem fazer boas pescarias em dias muito concretos. A ver se aparece agora um desses dias para eu passar por lá 🙂 🙂
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