Este ano, como não podia deixar de ser, cumpriu-se a tradição de fazer a abertura nas barragens do Gerês. Seguindo a lógica de anos anteriores, resolvi voltar a realizar a abertura de manhã na Barragem de Sezelhe acompanhado de um grupo restrito de bons amigos. Desta vez, a equipa do costume, eu, o Dr. Arlindo Cunha, o Engº Zé Pintalhão e o Ivo, juntou-se a quatro ilustres convidados: Dr. Manuel Pintalhão, Dr. Sousa Rodrigues, Dr. Manuel Oliveira e o Manuel Jorge. Tudo gente amiga do convívio e com vontade de passar uns bons momentos a tentar as trutas.
As expectativas eram altas, até porque tínhamos sido informados que o repovoamento este ano tinha sido reforçado e os números andavam perto das 2500 trutas. O único senão seria o nível elevado da barragem, pois foi-nos dito que a mesma estava próximo da quota máxima.
Assim, e com as expectativas no máximo, acordamos bem cedo e às 4h15 da manhã já estávamos a reunir na Maia. Pelo caminho, fomos animando com as histórias do costume e por volta das 6h15 estávamos a parar junto aos assadores de Sezelhe. Ainda noite, mas não éramos os primeiros, pois já se via andamento nas redondezas e nalguns casos, mesmo junto à água. O frio era descomunal e começou a gelar os pés, mas eu e o Zé começamos a equipar para reservar a zona mais limpa para podermos pescar ao spinning. O resto da equipa resolveu esperar pelo sol e alguns ficaram mesmo a dormir no carro, pois não estavam para gelar os pés.
O que eu sei é que mal o sol começou a dar sinais, já eu e o Zé estávamos a disparar as amostras para dentro de água e começamos a ver as primeiras trutas a sair à minhoca. Logo de seguida, cravo o primeiro exemplar e começo a ter as picadelas do costume. Estava a pescar com cana de 2,7 metros, linha 0,18 e amostra nº3. Com o frio a aumentar de intensidade, não havia tempo a perder. As trutas eram retiradas do anzol e congelavam passados 3 minutos em terra. O mesmo acontecia aos passadores, limitando os lançamentos.
Entretanto, o Ivo e o irmão aproveitaram o facto de terem botas altas e colocaram-se numa posição estratégica muito boa que nós não conseguíamos atingir. Ali, as trutas saíram como se não houvesse amanhã.
Quando o sol se elevou no céu e a temperatura começou a aquecer, as atenções começaram a desviar-se para o petisco e alguns abandonaram a faina. Do meu lado, as coisas não correram grande coisa. O local não era o melhor e a tanger não estava a ter a performance exigida. Ainda levei o esforço mais além, mas não consegui mais do que tirar três trutas, enquanto que o Ivo chegou às vinte e poucas juntamente com o irmão. Uma boa escolha de locais e uma selecção de amostras apropriadas acabou por ser o factor decisivo nesta boa pescaria.
Chegados às 11h30, as nossas atenções viraram-se para a posta de Barrosã e para outros petiscos de grande qualidade. À medida que o estômago se ia forrando, a vontade de voltar à faina era cada vez menor. Lá comemos e bebemos com calma e só por voltas das duas da tarde, com o sol bem alto, é que se começou a sentir o apelo para voltar a pegar cana … mas noutra massa de água.
No global, mais uma tradição cumprida. A pescaria não foi extremamente produtiva para o meu lado, mas o Ivo e companhia safaram a honra de toda a equipa. Venha a abertura do próximo ano!!!
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