Depois de uma abertura onde a única nota positiva aconteceu no Rio Coura, ficou a vontade de lá voltar o mais rápido possível à procura de mais algumas emoções. Efectivamente, quem conhece bem o Coura sabe que as melhores pescarias neste rio raramente se fazem na abertura, já que muitas das boas trutas que nele habitam ainda apresentam níveis de actividade bastante baixos e estão à espera do calor e da folhagem da Primavera para começarem a correr atrás das amostras.
Assim, e sem grandes opções, uma vez que o Lima apresentava caudais bastante fora do normal, resolvi avançar para o Coura numa zona onde eu sei que pouca gente consegue tirar trutas. Preparei o material de heavy spinning com uma amostra de 12 gramas que tenho vindo a testar desde a abertura e fiz-me à margem. Os primeiros lançamentos saíram numa zona encoberta, tentando ver se havia algum bom exemplar debaixo das raízes das árvores. Num desses lançamentos senti um ligeiro toque, mas pareceu-me ser vegetação. Resolvi insistir e apostei numa recuperação mais lenta. A amostra começou a evoluir e quando vinha a meio do rio, sinto uma pancada forte e vejo a linha a arrancar na lateral. Cravo com força e a truta inverte o seu percurso, também com força e o carreto começa a chiar.
Levanto a ponta da cana e preparo-me para a luta. A truta era boa e notava-se que não ia ser fácil colocá-la ao alcance. Arranques para a esquerda, arranques para a direita e o carreto sempre a trabalhar. Demorei 3 minutos a conseguir vê-la convenientemente e fiquei deslumbrado pela sua beleza. Entretanto, saquei o camaroeiro e comecei a testá-la no arraste para a margem. Uma passagem, duas passagens e de repente, num golpe de sorte, ela avança na minha direcção e meto-lhe o camaroeiro à frente, ficando logo enrolada. Já cá cantava uma linda truta do Coura com 45 centímetros e cerca de 1 kilo de peso. Um lindo exemplar com lombo bastante substancial e muito bem alimentada!
Animado por esta captura, preparei-me para o resto do troço que não ia demorar mais de uma hora a bater. Mudei o nó e cortei parte da linha que a truta tinha tocado e avancei para montante. Lançamentos junto à margem e à procura dos espaços por entre as árvores. Via-se pontualmente um que outro movimento na outra margem, por entre os ramos. Era truta, mas colocada em posição bastante difícil.
Numa zona mais entreaberta, realizo um lançamento para longe e quando começo a recuperar, vejo um movimento de um peixe a aproximar-se pela minha esquerda. Afrouxo a recuperação para permitir que a amostra chegasse mesmo na altura em que o peixe ia passar por mim. A amostra chega a 5 metros de mim e vejo um clarão dentro de água seguido por um salto fora de água e duas corridas para montante. Era uma boa truta que, sem ter um tamanho considerável, parecia endiabrada. Lá a controlei durante cerca de 2 minutos e quando notei que já estava relativamente cansada, puxei-a para mim e coloquei-a dentro do camaroeiro. Mais uma linda truta de 31 centímetros.
Já com a hora do almoço a aproximar-se, ainda finalizei o troço, mas sem grande novidade. Tive um bom toque que me deixou água na boca, mas não consegui cravar. Vai ter que ficar para a próxima.
No global, uma boa safra num dia que não me parecia grande coisa no Rio Coura. Um sinal claro de que ainda andam por lá boas trutas e como tal não deverei tardar muito até fazer a próxima visita. O primeiro bom exemplar do ano já saiu 🙂 🙂
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