Ao passar na estrada Ponte de Lima-Braga, tive que olhar para um dos rios que são atravessados por esta via: o rio Trovela. O ano passado estreie-me na zona livre desta linha de água sem grande sucesso, e como tal, ficou a vontade de tentar novamente a sorte para verificar até que ponto a primeira impressão era errada ou não.
Sem pensar muito mais, peguei no material de light spinning e comecei a galgar terreno pela margem esquerda. O início da zona livre é uma área muito pouco produtiva para o spinning. Com uma inclinação generosa e margens relativamente inclinadas, a única coisa que o rio apresenta são correntes pouco profundas com um ou outro poço de tamanho muito pequeno e que não tem capacidade para aguentar as trutas no Verão. De facto, até chegar ao primeiro açude, só vale a pena fazer um ou outro lançamento pontual em locais com maior profundidade, não vá o diabo tecê-las!
Assim, e sem nada para contar até lá, é no primeiro açude que tenho a primeira cravadela de uma pequena truta de 14 centímetros. Com a chuva a cair e o rio ligeiramente elevado, a truta estava mesmo à saída da queda de água e como tal atacou quando a amostra começou a rodar. Lá controlei sem problema até chegar perto de mim, mas mal me viu saltou fora de água e conseguiu descravar-se. Portanto, nem foi preciso perder tempo.
Com este momento passado, subi para cima do açude e fiz o primeiro lançamento num poço de jeito. A amostra começou a rodar e vi 7 ou 8 trutas muito pequenas. Um ligeiro toque na colher e nada mais. Repeti o mesmo lançamento para jusante debaixo de uma ponte e comecei a recuperar lentamente. A colher estava quase parada e de repente vejo uma truta a sair debaixo da ponte e atacar a amostra com força inusitada. É que nem foi preciso cravar!
Deixei dar umas valentes cabeçadas e duas ou três corridas, e quando já estava cansada, levantei-a a peso. Uma linda truta com cerca de 15 centímetros do Rio Trovela.
Depois desta captura, ainda vi mais duas trutas no mesmo local e voltei a insistir, mas as que tinham ficado estavam assustadas. Não valia a pena continuar a tentar. Perante isto, avancei para montante.
Numa zona de corrente com mais profundidade, vi vários exemplares de truta pequena. Havia uma muito boa densidade de trutas em zonas muito concretas e circunscritas e não se via qualquer outra espécie de peixe. Nem barbos, nem escalos.
Com a corrente a reduzir de profundidade e as margens a aumentarem de tamanho e inclinação, as condições para o spinning deixaram de existir e como tal, fiz caminho até ao açude seguinte. Neste local, fiz um primeiro lançamento na transversal e cravei uma pequena truta que soltei rapidamente. Depois lancei 20 metros para montante e comecei a recuperar. Quando a colher percorreu os primeiros 5 metros, vi uma sombra a sair da margem esquerda, a dar duas corridas, a virar a cabeça e depois a voltar a insistir com força e atacar sem hesitações. Nem foi preciso cravar, tal a força do ataque. Para a segurar, na zona em questão que era bastante encoberta, apliquei força ao 0,12 e mantive a ponta da cana o mais elevada possível. Lá a deixei cansar e quando estava relativamente dominada, deitei-lhe a mão. Um bom exemplar de 27 centímetros do Trovela e a maior truta que vi neste troço.
Depois desta captura, ainda fiz um pouco mais de rio para montante, mas as correntes começaram a tornar-se cada vez menos profundas e a vegetação ia aumentando. Vi zonas bastante interessantes de um ponto de vista da desova e constatei com agrado que a densidade de truta pequena é relativamente generosa nesta área. Ainda tirei um exemplar de cerca de 12 centímetros já no final da caminhada.
Com o almoço a chegar, estava na hora de terminar a visita ao Trovela. Fiquei satisfeito com as capturas e mais ainda com a boa densidade de trutas que encontrei. Espero é que se mantenha sempre assim.
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