Às trutas do Côa em 2016 …

Às trutas do Côa em 2016 …




Mais um ano de pesca às trutas e, como sempre, surge o rio Côa como primeira opção em termos de local de pesca. Apesar de não ser um rio muito acessível para quem mora no litoral, acaba por ser uma escolha bastante aceitável em termos de densidade de trutas e de qualidade de acção de pesca, sobretudo em dias muito específicos. Isto, porque este rio está sujeito a pressões de pesca bastante elevadas, geradas , não só por uma grande apetência dos pescadores ribeirinhos pela pesca das trutas, mas também pela presença constante dos vizinhos espanhóis que são presença cada vez mais regular nas suas margens.

Assim, e num dia bastante cinzento e com forte probabilidade de chuva, resolvi matar saudades do Rio Côa, apostando num troço que normalmente não é muito batido. Artilhei-me com cana de 1,8 metros, fio 0,18 e amostra nº3.

Os primeiros lançamentos saíram na saída de uma corrente com pouca força e profundidade média. Resolvi trabalhar a corrente de jusante para montante e fui palmilhando todos os cantos possíveis com a amostra. Chegado à zona de menor profundidade, lancei por entre as algas, mantive a recuperação a nível elevado para evitar que a colher tocasse nas mesmas, e tentei pôr alguma truta a mexer. Primeiro lançamento, pareceu-me sentir um toque. Segundo lançamento, a amostra faz o mesmo percurso e quando está para entrar nas algas, sinto um toque e vejo uma truta a brilhar do outro lado. Cravo e ela sentindo-se presa, arranca para jusante. Lá a seguro e ela salta fora de água, invertendo a direcção para montante. Mantenho a cana ao alto, tiro-a da zona das algas e em poucos segundos coloco-a na minha mão. Uma linda truta do Côa com 27 centímetros, logo nos primeiros 10 minutos de pesca.

Truta 27 cm Rio Côa Março 2016

Depois desta primeira captura, avancei para montante. O céu foi ficando mais escuro e comecei a sentir as primeiras pingas de água a cair. A chuva começou a fazer-se sentir. Fui malhando certinho para montante, tentando insistir nas correntes e nas saídas das linhas de água. Parecia que não existiam trutas. Não se via nenhuma movimentação dentro de água.

O tempo foi passando e já numa zona com uma corrente lenta e sustentada, vejo sinal de peixe a mosquear. Lançamento para montante, começo a recuperar e quando a amostra passa perto do local onde tinha visto sinal de movimento, sinto a linha a andar de lado e cravo com força. A truta, sentindo-se ferrada, começou a dobrar dentro de água e tentou enrodilhar-se na linha. Lá a tentei tirar do embaraço e com calma deixei-a arrancar. Deu três corridas para montante que fui parando com o carreto e mal a senti um pouco cansada, encostei-a ao meu lado. Mais uma linda truta do Côa com 31 centímetros.

Truta 31 cm Rio Côa Março 2016

Depois desta captura, voltei a insistir no mesmo local, pois pareceu-me que a actividade não tinha terminado. Um lançamento exactamente idêntico ao anterior e vejo uma truta do mesmo tamanho a bicar a colher e não cravar. Mal sentiu o aço, disparou para montante. Ainda insisti no mesmo local, mas a festa tinha acabado.

Mais a montante, tive um toque bastante forte. Numa zona com corrente profunda, bastante encoberta e com a saída de uma linha de água, levei um toque que me gelou a espinha no centro da corrente. Devia ser uma grande truta, mas, pelo que me pareceu, apenas deu cabeçada no isco.

Já com o corpo bastante molhado, entrei numa corrente de seixo com pouca profundidade. Lançamento para montante, começo a recuperar e a meio da corrente, sinto um toque bastante forte. Levanto a cana e tentei segurar a truta que entretanto arrancou para jusante. A fazer força com a corrente por trás, vi-me e desejei-me para a segurar. Só com muita calma e várias passagens é que consegui tirar o camaroeiro e metê-la dentro da rede. Um belo exemplar com 33 centímetros.

Truta 33 cm Rio Côa Março 2016

Com esta captura, fechei o meu balanço no Côa. Ainda fui um pouco mais para montante, à procura de um sítio que bem conheço, mas deparei-me com quatro carros parados no mesmo açude e tudo à pesca. Parecia dia de feira e, portanto, valia mais pegar nas coisas e pensar numa próxima oportunidade.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.