Uma boa truta num afluente do Côa

Uma boa truta num afluente do Côa




Na sequência de uma deslocação ao rio Côa em Abril, resolvi fazer uma breve incursão num afluente deste grande rio junto à Rapoula do Côa. Já era um final de Sábado, e atendendo à densidade de pescadores que eu tinha visto nas margens do Côa, as minhas expectativas estavam muito em baixo. Mesmo assim, e sem esmorecer, resolvi meter uma nova amostra que ando a testar, desta vez na versão mais leve de 8 gramas.

A ideia era pescar para montante num troço de cerca de 1,5 km. Assim, e depois de 3 ou 4 lançamentos para aquecer no Côa, resolvi começar a trilhar caminho junto à ribeira. Com uma largura de cerca de 4 a 5 metros, e como o caudal não era muito grande, tinha que lançar em zonas com profundidade superior a meio metro procurando adaptar a velocidade de recuperação à velocidade da corrente e a outros factores; nos poços, mais lenta e nas correntes com menor profundidade, mais rápida.

Nos primeiros lançamentos em zona de areal, nada mexeu. Só mesmo quando comecei a entrar em águas mais lentas e com maior profundidade é que vi a primeira truta a seguir a amostra. Um exemplar com cerca de 15 centímetros que manteve sempre a distância de segurança. Por descargo de consciência, voltei a insistir no local , mas nada aconteceu.

Mais 200 metros de margem, e numa zona com alguma profundidade e corrente lenta, vejo outra pequena truta a seguir a amostra e a manter a distância de segurança. A sorte parecia estar ditada!!

Com mais 10 ou 11 lançamentos, chego ao primeiro açude. Profundidade de 2 a 3 metros e uma corrente lenta relativamente regular. Lanço para a outra margem, começo a recuperar devagar e quando a amostra passa junto a um tufo de algas, vejo uma sombra a arrancar para jusante e a amostra desaparece. Cravo e vejo uma boa truta a dar de lado. Levanto a cana e avanço para a beira de água. A truta, sentindo-se pressionada arranca para jusante, e eu seguro-a como posso. O fio ajudou bastante, pois não baixei do 0,18. Assim, e depois de várias cabeçadas e de verificar que estava bem cravada, encostei-a à minha margem e deitei-lhe a mão. Uma linda truta de um afluente do Côa com 29 centímetros.

Truta 29 cm Afluente do Rio Côa Março 2016

Depois desta captura, e com o sol a desaparecer do horizonte, só tive tempo para terminar o troço seleccionado. Vi mais um ou dois exemplares pequenos, mas já estava satisfeito, porque efectivamente tinha conseguido o que me parecia impossível. Capturar uma boa truta numa zona bastante difícil e com muita pressão de pesca. Era a chave de ouro que precisava para fechar mais um dia memorável nas margens do Côa.

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.