No início de Junho, resolvi fazer mais uma passagem pelo rio Lima à espera de apanhar um bom dia para a pesca das trutas. Logo de manhã, dirigi-me a Ponte de Lima, mas o esforço foi inglório, porque o rio estava com um caudal bastante elevado e portanto a hipótese de ter alguma sorte era muito reduzida.
Perante esta situação, achei que fazia mais sentido não pescar e avancei para outro rio, ficando sempre na expectativa de voltar mais tarde, pois era quase impossível que o ritmo de descarga se mantivesse aquele nível durante muito tempo. Assim, e depois de um interregno de cerca de 5 horas, voltei mais tarde, por volta das 15 horas. Desta vez, o caudal estava mais reduzido, apesar de manter uma força bastante razoável, e permitia uma acção de pesca minimamente normal ao spinning.
Preparei o material de heavy spinning com cana de 2,7 metros, linha 0,18 e amostra tanger nº3, e comecei a disparar os primeiros lançamentos numa zona de corrente. A água estava com uma temperatura aceitável para a época do ano e o céu estava bastante claro. Não estavam as condições ideais para pescar à truta, mas podia ser que fosse dia sim.
Numa primeira fase não vi qualquer sinal de peixe, mas passados alguns minutos comecei a ver alguns afloramentos pontuais à superfície. Tratavam-se sobretudo de escalos, mas também se viam algumas trutas. Os lançamentos começaram a encaminhar-se para esses afloramentos, mas nem sinal de peixe. Obviamente, que as coisas não iam ser fáceis, porque as trutas deviam estar bem picadas.
Assim, bati um bom troço de rio durante duas horas sem qualquer sinal positivo. Vi apenas alguns bons barbos a encaminhar-se para montante à procura do local da desova. Quanto a sáveis e savelhas, que costumam ser comuns nesta altura do ano, nem vê-las!! Parece que com a limitação da pesca até 1 de Maio, levaram sumiço total e desapareceram de uma das duas zonas típicas de desova. Enfim, desde a construção do novo açude em Ponte de Lima e passando pelo aumento da intensidade de pesca profissional na zona baixa do Lima, não faltam razões para explicar uma situação deste tipo. Espero é que aquilo que observei seja apenas um caso pontual e que estes peixes regressem rápido ao Lima.
Enquanto ia pensando nisto, os lançamentos não paravam de sair a tentar mexer alguma trutita mais atrevida. Bati a saída de um açude e numa zona mais calma, realizo um lançamento para a outra margem e deixo a amostra derivar com a ligeira corrente. Quanto começa a entrar na zona central do rio, sinto um toque e cravo com força. Do outro lado, sinto uma ligeira força, mas com o tamanho e força da cana que estava a pescar nem sequer sabia se era peixe preso ou lixo. Só mesmo quando chegou aos meus pés é que vi que tinha uma truta no triplo. Foi só levantar da água, tirar foto e devolver. Uma truta do Lima com 21 centímetros.
Depois desta captura, ainda fiz mais meia hora de pesca, mas sem qualquer resultado, nem mesmo um toque. O dia não era o melhor e portanto, a aposta no Lima foi errada. Há que esperar por dias com águas mais quentes e menor caudal para ver se as coisas melhoram, porque ainda há muito para pescar neste rio.
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