Com mais uma temporada de pesca às trutas a andar, havia que planear uma visita à concessão do Rio Coura. Tal como em anos anteriores, a ideia era marcar uma expedição conjunta em que a sessão de pesca fosse mais um pretexto para juntar os amigos e realizar mais um convívio à volta de um frango de cabidela no Restaurante Constantino.
Apontando para o inicio de Junho, foram marcados 4 lotes no Coura para albergar cinco pescadores: eu, o Dr. Sousa Rodrigues, o Dr. Manuel Oliveira, o Dr. Manuel Pintalhão e o Dr. Vasconcelos. Tudo boa gente e com mais vontade de por os pés debaixo da mesa do que a cana a dobrar e o carreto a chiar no rio.
De qualquer forma, os lotes estavam marcados e às 7 horas da manhã já estávamos à porta do Constantino. Eu fiquei com os lotes 8 e 9, e ia fazer parceria com o Dr. Sousa Rodrigues, que é um adepto ferrenho destes dois lotes.
Mal chegamos aos lotes, deparamos com um cenário razoável para a época do ano. Caudal normal e água com temperatura ainda a aquecer e não demasiado fria. De qualquer, a manhã estava relativamente fresca. Atendendo às condições encontradas, resolvi apostar numa combinação de fio 0,18 com colher nº2 e fio 0,12 com colher nº1. Começamos a pescar do lote 8 para o 9, e utilizei a primeira combinação até meio do lote 9, mudando para a segunda combinação já no final do lote 9 para explorar algumas zonas com menor profundidade e onde a visibilidade era maior.
Do meu lado, o dia começou bem. Logo nos primeiros lançamentos, comecei a ver as primeiras trutas e fui sentindo alguns toques. Não eram trutas grandes e portanto não fiquei chateado de as ver descravar rapidamente. Chegado à primeira zona com alguma profundidade, tiro a primeira truta decente. Nos primeiros lançamentos, vejo algumas trutas de pequeno tamanho a fugir e à medida que vou avançando neste local, realizo um lançamento longo para montante à saída de uma ligeira corrente e vejo uma boca a abrir-se. Foi só puxar a cana para trás para garantir a cravadela e ver a truta a andar de lado. Ainda tentou saltar fora de água e fugir para a esquerda e direita, mas sem sucesso. Com fio 0,18 e estando bem cravada, não demorou até vir às minhas mãos. Uma linda truta do Coura com 27 centímetros.
Com a primeira captura realizada em 20 minutos de pesca, pensei que estivesse perante mais um dia em grande. Os toques continuaram e numa corrente mais viva em que existia um pequeno poço, tiro outra truta, mas esta com pequeno tamanho. Deu alguma luta, mas estava bem cravada para conseguir fugir.
Mal a coloquei na água, avancei ligeiramente para montante e realizei um lançamento para uma pequena corrente. A colher caiu na água e senti uma forte prisão na linha, seguida por uma libertação imediata. Tinha sido um bom peixe que apenas tinha provado o isco. Enfim … alguma tinha que falhar!!
Com o ânimo em alta, avancei para um poço de maior dimensão mais a montante. Aí vi logo várias trutas, mal entrei. Lançamento para montante, começo a recuperar e cravo uma com cerca de 23 centímetros. Arrancou logo para debaixo de uma pedra, mas como eu estava com o 0,18, não lhe dei muito andamento e em pouco tempo já cantava do lado de cá.
Enfim, como era de esperar a situação estava a começar muito bem e como tal, o mais certo era que piorasse e foi isso que aconteceu. A partir desta última captura, as trutas fecharam a boca durante mais de 4 horas. Mesmo em zonas que eu considerava de primeira categoria, não se via sinal de grande actividade. Levei um ou dois toques que me despertaram a atenção, sobretudo na mini-hídrica, onde cheguei a meter o Black Minnow, mas pareceu-me tudo muito complicado. Ou as trutas tinham parado ou então a densidade de pesca era superior no sítio onde eu estava a bater.
Só mesmo encostado ao viveiro é que consegui voltar à acção com uma truta já capturada com 0,12 e Mepps Aglia nº1. Depois de tanto coar água, resolvi pescar light e foi num poço junto aos viveiros que capturei uma bonita truta arco-íris de 23 centímetros, depois de ter feito mais de 10 lançamentos e ter tido outros tantos toques. Apenas mordiscavam, mas houve uma que abriu a boca.
Já com o relógio a encostar às 13 horas e ao almoço, resolvi apressar as coisas. Ainda tirei um pequeno exemplar no final do lote 9 e tive um bom toque debaixo da ponte, mas as atenções já estavam viradas para a cabidela. Os meus colegas pouco serviço fizeram com uma truta pontual para o Dr. Manuel Pintalhão, duas pequenas para o Dr. Manuel Oliveira e nenhuma para os Drs. Sousa Rodrigues e Vasconcelos.
No global, esta primeira visita aos lotes do Coura permitiu ver e tirar algumas trutas. Notou-se uma quebra de actividade do peixe e portanto não temos uma ideia sobre o estado dos lotes. Claramente, ficou a vontade de voltar um dia mais tarde para realizar uma análise mais detalhada.
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