Segunda parte nos lotes do Coura

Segunda parte nos lotes do Coura


Depois de ter tirado uma boa truta na parte superior do lote do Coura, faltou então bater a parte inicial do mesmo. Para tal, tive que me deslocar de carro e tive que baixar o material de pesca para um fio 0,12 e uma Mepps Aglia nº1, pois a profundidade no local a pescar era significativamente inferior. As minhas expectativas já eram relativamente baixas, pois o dia já estava a aquecer bem e o céu estava bastante limpo. Certamente que não seria o cenário ideal para tirar umas boas trutas na zona que eu ia bater. A única coisa que verdadeiramente estaria do meu lado seria a cobertura vegetal da zona, pois encontra-se rodeada por uma floresta frondosa com muita sombra.

Assim, cheguei ao local eram mais ou menos 10 horas da manhã e trilhei 300 metros até ao limite do lote. Logo ali, comecei a disparar os primeiros lançamentos. Os primeiros 10 minutos foram bastante decepcionantes. Em zonas onde eu tinha visto algumas trutas jeitosas, não vislumbrei qualquer actividade. Parecia que as trutas tinham levado sumiço!!

Fui prosseguindo para montante e já na fase final de uma zona de corrente, com um ou outro pequeno poço pontual, tiro uma pequena truta que se cravou mal a colher começou a rodar dentro de água. Foi só levantar a cana e trabalhá-la no meu sentido. Em pouco menos de 30 segundos já estava do lado de cá para ser devolvida à água.

Com esta primeira captura a acontecer, ganhei alento para avançar para uma zona com uns bons poços e onde eu já tinha visto uma boa concentração de trutas. Mal levantei a cabeça para espreitar, vi logo uma junto à parede de um açude. Lançamento para montante, começo a recuperar, a colher anda 4 ou 5 metros, sinto um toque, sinto outro toque e de repente a linha anda de lado. Levanto a cana e cravo uma truta de 22 centímetros. Saltou imediatamente fora de água e eu fui mantendo a tensão até a trazer perto de mim. Mais um exemplar bastante bonito.

Acabo de tirar a truta e logo no primeiro lançamento, meto a colher do meu lado esquerdo junto a uma árvore que cobria parte do rio. A amostra começou a rodar e de imediato outra truta ataca, vinda debaixo, e crava-se automaticamente. Outro bonito exemplar com cerca de 25 centímetros que, depois de duas ou três corridas, não demorou muito até chegar às minhas mãos.

Entrando no centro da zona dos poços, ainda vi mais 7 ou 8 trutas e tirei mais duas pequenas. Um bom sinal que melhora significativamente a perspectiva com que fiquei na última visita a este lote.

Terminados os poços, entrei novamente numa zona de corrente, mas ainda com menor profundidade. Durante 20 minutos coei água, até porque a densidade de trutas era reduzida e as poucas que se viam tinham um tamanho muito abaixo do exigido. Isto até chegar a uma corrente um pouco mais profunda. Não me parecia suficientemente profunda para albergar uma boa truta, mas isso não era relevante. Lançamento para a entrada de água, a colher começa a rodar e de imediato vejo uma sombra a fazer desaparecer a colher. Levanto a cana e a água explode com uma truta de cerca de 36 centímetros numa corrente que tinha no máximo dois metros de largo. A cana bem dobrou e tive que usar ao máximo a resistência da linha para evitar que a truta fugisse. Foram três minutos ainda bastante agitados em que tive de saltar de uma pedra para a outra, mas lá consegui meter o camaroeiro dentro de água e consegui tirar a truta para fora. Uma linda truta do Coura.

Truta 36 cm lotes Rio Coura Junho 2016

Já bastante satisfeito com a jornada que estava a ter, resolvi fazer os dois últimos açudes da zona, antes de arrancar para o almoço. Entrei no primeiro e comecei a lançar. Parecia que não existia peixe, pois não se via aspecto de nada. Já das outras vezes que por ali tinha passado, nada mexia. Voltei a insistir. Esquerda, direita, centro e nada. Bem, já com a noção de que tinha que avançar, realizo um último lançamento por entre as árvores para a entrada de água no açude. A amostra roda dois metros e de repente a linha arranca para a esquerda, cravo imediatamente e vejo uma grande truta a saltar à minha frente. Quase que fiquei sem resposta. Cana levantada e abri um pouco mais o carreto para a truta se cansar. Com 0,12, a coisa não ia estar fácil, até porque a truta estava imparável e continuava a saltar fora de água e a fazer corridas tresloucadas. Lá fiz o que pude para a cansar durante 5 minutos. Apliquei todos os truques que conhecia e procurei sempre desviar a linha de potenciais obstáculos. Quando notei algum cansaço da parte da truta, tirei o camaroeiro e depois de 6 ou 7 passagens, lá a consegui meter dentro da rede. Uma linda truta de 47 centímetros que dominava aquele poço, mas que finalmente tinha respondido a uma das minhas amostras. Um lindo exemplar!!

Truta 47 cm 1,15 kg lotes Rio Coura Junho 2016

Com esta captura, dei a pescaria por terminada. Já estava próximo da mini-hídrica e o calor já começava a apertar. O dia tinha sido impecável e já muito pouco podia acontecer para o melhorar, portanto o que havia a fazer era voltar para o carro e deixar as trutas em paz. Estava na hora do almoço!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.