Um bom troféu nos lotes do Coura

Um bom troféu nos lotes do Coura




Depois de uma passagem em grupo pelos lotes da concessão do Rio Coura, ficou a vontade de fazer uma visita a solo, até para comprovar qual a verdadeira situação ao nível de densidade de trutas. Também me tinham ficado algumas dúvidas sobre o toque que tive na mini-hídrica e como tal, tinha que satisfazer a minha curiosidade.

Assim, e depois de realizar os contactos necessários, cheguei à porta do Restaurante Constantino para levantar a minha licença às 7h30. Já estava um pouco atrasado, mas isso não me parecia ser grande assunto, até porque não contava com muita concorrência no troço de rio que me propus a pescar.

Mal comecei a rolar para o rio, preparei uma estratégia a dois tempos: num primeiro tempo ia bater apenas a zona da mini-hídrica, malhando o máximo possível e insistindo nas zonas mais fundas, e num segundo tempo iria fazer a zona com mais correntes para jusante.

Para atacar a primeira zona, equipei-me com cana de 1,8 metros, linha 0,18 e Black Minnow nº2 castanho. Os primeiros lançamentos saíram na zona mais profunda da mini-hídrica. Nada mexeu, e como estava a pescar ao jigging, a incorporação de um triplo na cauda não era a melhor solução, porque a linha tendia a prender num dos anzóis do triplo. Ao mesmo tempo, a evolução da amostra dentro de água parecia ser reduzida pelo peso do triplo. O que também notei é que todos estes problemas pareciam ser mais prementes quanto mais próximo estava o vinil do pescador.

Ainda com o triplo no vinil, realizo um lançamento para a outra margem e quando o vinil leva os primeiros dois toques de cana, vejo um reflexo branco dentro de água. Parecia truta de bom tamanho. Entretanto, a meio caminho, o triplo volta a enrodilhar-se na linha. Rapidamente, tiro a linha do anzol, endireito o triplo e lanço para a outra margem. O Black Minnow cai mesmo junto à margem, deixo afundar ligeiramente, primeiro toque de cana e sinto prisão, segundo toque de cana e cravo com força. Mal a truta se sentiu presa, a cana vergou e a linha começou a sair do carreto. Afrouxei um pouco o travão, enquanto mantinha a tensão e à minha frente salta uma boa truta fora de água. Pensei que se tinha soltado, mas não. Com um anzol simples e um triplo bem cravados, não ia ter grandes hipóteses, a não ser que a linha partisse.

A truta sentindo-se bem presa, começou a correr para a esquerda e para a direita, mudando de direcção sempre que eu aumentava a tensão. Pelo meio, ainda saltou duas vezes, uma delas mesmo à minha frente salpicando-me com água. Atendendo ao bom tamanho da truta, eram saltos imponentes e que punham em risco a linha. Durante mais de 5 minutos foi adrenalina ao rubro só para cansar a truta. Ela estava cheia de força e não havia condições para pensar em tirá-la directamente. Só quando notei que estava a chegar ao ponto, é que saquei de camaroeiro e o coloquei dentro de água. Dei-lhe mais 3 minutos para se cansar mais um pouco, peguei no camaroeiro com a outra e depois de 7 ou 8 passagens, coloquei-a dentro da rede. Uma linda truta de 51 centímetros com um lombo impressionante e um peso de 1,5 kg. Um bom exemplar capturado com Black Minnow.

Truta 51 cm lotes Rio Coura Junho 2016

Com esta captura o dia estava ganho. De qualquer forma, e após me recompor, avancei para mais meia hora de lançamentos no mesmo local, só para o caso de este belo animal ter companhia do mesmo ou de maior tamanho. Efectivamente, tive mais 4 ou 5 toques, mas era tudo de companhia bastante mais pequena. Não consegui cravar, porque a irregularidade das recuperações com o triplo me obrigaram a voltar ao anzol simples e também porque as trutas estavam apenas a meter a cabeça ao isco sem abrir a boca.

Passada a meia hora, dei por terminada a minha passagem por esta zona e resolvi avançar para a seguinte, mas isso já é assunto para outro post. Para este fica este bom exemplar … que ficou como o meu primeiro troféu ao Black Minnow!!

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.