Passagem pela Ribeira de São João de Agra

Passagem pela Ribeira de São João de Agra




Final da temporada e com as trutas já a escassear no rio Coura, resolvi fazer uma paragem na Ribeira de São João de Agra para matar saudades e também para comprovar qual o estado de saúde deste curso de água. Como já eram 10h30 da manhã, e o céu estava completamente limpo e a temperatura bastante quente, as minhas expectativas não eram muito altas, no entanto, fiquei desde logo surpreendido pelo nível bastante generoso do caudal, atendendo à época do ano, e sobretudo pela cor translúcida da água, que é um claro sintoma da boa qualidade da mesma.

Para abrir as hostilidades, comecei no poço onde a ribeira desagua no Rio Coura, e nos primeiros lançamentos com material de light spinning, observei as primeiras movimentações de trutas. Em cerca de 7 lançamentos, mexi mais ou menos 8 trutas, das quais só duas tinham um tamanho acima do mínimo. Uma delas ainda meteu a colher na boca, mas apenas provou o sabor do aço, tendo desistido imediatamente de continuar a perseguição ou de voltar a investir em lançamentos seguintes. Atendendo à não muito elevada dimensão do poço, fiquei bastante animado com a boa densidade de trutas encontrada, num local que tem sido bastante fustigado, pois não faltavam rastos de pescadores.

Depois de deixar o poço, e com o calor a aumentar, decidi fazer os primeiros 200 metros da ribeira para montante, incidindo sobretudo nas zonas com maior profundidade. Assim, fui batendo pé ante pé as zonas mais promissoras e à saída de uma corrente generosa consigo a minha primeira captura. A truta entrou mesmo na zona em que a corrente acalmava e onde existia um pequeno poço. Atendendo à sua reduzida dimensão não demorou muito a capturar, mas valeu sobretudo a sua valentia e vontade de tentar dificultar a captura ao máximo. Uma linda truta de São João de Agra com 15 centímetros.

Truta 15 cm Ribeira São João de Agra Julho 2016

Depois desta captura, avancei ainda mais para montante e consegui capturar duas trutas ainda mais pequenas. Não me pareceu que a pesca estivesse muito difícil, mas também não se via aspecto de trutas de maior dimensão. Perante a possibilidade de apenas estar a picar alevins, resolvi dar a sessão por terminada, ficando a impressão de que, apesar de ter sido submetida uma forte pressão de pesca, a ribeira de São João de Agra continua a ser um local com uma grande densidade de trutas e que se consegue regenerar ano atrás ano. Para assegurar que este estado de coisas não se altera, parece-nos que o mais importante é tentar manter o nível da poluição em mínimos.

A ver se para o ano consigo fazer uma pescaria nesta ribeira mais cedo na temporada 🙂

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Informação sobre o autor

Pescador de trutas desde os 18 anos. Tem uma forte dedicação ao spinning com colher e peixes artificiais, tendo pescado em Portugal, Espanha e no Reino Unido. Actualmente, pesca sobretudo na zona do Minho, Gerês e Centro do país.