Final da temporada e com as trutas já a escassear no rio Coura, resolvi fazer uma paragem na Ribeira de São João de Agra para matar saudades e também para comprovar qual o estado de saúde deste curso de água. Como já eram 10h30 da manhã, e o céu estava completamente limpo e a temperatura bastante quente, as minhas expectativas não eram muito altas, no entanto, fiquei desde logo surpreendido pelo nível bastante generoso do caudal, atendendo à época do ano, e sobretudo pela cor translúcida da água, que é um claro sintoma da boa qualidade da mesma.
Para abrir as hostilidades, comecei no poço onde a ribeira desagua no Rio Coura, e nos primeiros lançamentos com material de light spinning, observei as primeiras movimentações de trutas. Em cerca de 7 lançamentos, mexi mais ou menos 8 trutas, das quais só duas tinham um tamanho acima do mínimo. Uma delas ainda meteu a colher na boca, mas apenas provou o sabor do aço, tendo desistido imediatamente de continuar a perseguição ou de voltar a investir em lançamentos seguintes. Atendendo à não muito elevada dimensão do poço, fiquei bastante animado com a boa densidade de trutas encontrada, num local que tem sido bastante fustigado, pois não faltavam rastos de pescadores.
Depois de deixar o poço, e com o calor a aumentar, decidi fazer os primeiros 200 metros da ribeira para montante, incidindo sobretudo nas zonas com maior profundidade. Assim, fui batendo pé ante pé as zonas mais promissoras e à saída de uma corrente generosa consigo a minha primeira captura. A truta entrou mesmo na zona em que a corrente acalmava e onde existia um pequeno poço. Atendendo à sua reduzida dimensão não demorou muito a capturar, mas valeu sobretudo a sua valentia e vontade de tentar dificultar a captura ao máximo. Uma linda truta de São João de Agra com 15 centímetros.
Depois desta captura, avancei ainda mais para montante e consegui capturar duas trutas ainda mais pequenas. Não me pareceu que a pesca estivesse muito difícil, mas também não se via aspecto de trutas de maior dimensão. Perante a possibilidade de apenas estar a picar alevins, resolvi dar a sessão por terminada, ficando a impressão de que, apesar de ter sido submetida uma forte pressão de pesca, a ribeira de São João de Agra continua a ser um local com uma grande densidade de trutas e que se consegue regenerar ano atrás ano. Para assegurar que este estado de coisas não se altera, parece-nos que o mais importante é tentar manter o nível da poluição em mínimos.
A ver se para o ano consigo fazer uma pescaria nesta ribeira mais cedo na temporada 🙂

You must be logged in to post a comment.