Esta semana resolvi realizar uma breve visita ao Rio Mondego na zona junto do Porto da Carne para ver como se tem aguentado a densidade de trutas neste local. Obviamente, antes de encetar esta expedição, resolvi passar pelo ICNF da Guarda para ter a certeza de que não tinha saído nenhuma portaria de última hora que viesse proibir a pesca neste rio em Agosto. Com essa confirmação do meu lado, resolvi então avançar para o rio chegando à margem do mesmo pelas 9h30.
Com o dia quente e com sol, peguei no material de light spinning e comecei a lançar na parte superior de um açude. Inicialmente, não vi qualquer truta. Apenas se viam alguns escalos e sobretudo bordalos de pequena dimensão a seguir a Mepps Aglia nº1. Durante os primeiros 15 minutos de pesca era notória a inexistência de trutas, mas também os locais de pesca iniciais eram zonas de fácil acesso e onde se notava claramente a elevada pressão de pesca.
Saindo destes locais mais visitados, comecei a ver os primeiros exemplares a mexer. Trutas de tamanho razoável e duas ou três acima dos 30 centímetros. Seguiam a colher ou subiam ligeiramente do fundo para ver o que era aquilo que andava a navegar a meia água, mas rapidamente voltavam ao seu local de poiso ou então deslocavam-se para águas mais fundas e zonas mais encobertas. Estavam bem ensinadas!!
Neste cenário, fui avançando lentamente até que cheguei a um poço com alguma profundidade. Entretanto, já tinha trocado de material, metendo um fio 0,18 e uma colher Mepps Aglia nº2 para o caso de ter a sorte de ter um ataque de alguma truta de maior dimensão.
Lançamento largo para a direita do poço, comecei a recuperar, a colher andou cerca de 10 metros e de repente sinto uma pressão de linha e vejo uma truta a sair fora de água. Levanto a cana e cravo, saltando a truta fora de água. Atendendo a que não era um exemplar de boas dimensões, não me custou muito em dominá-la e em pouco menos de 1 minuto, já tinha uma linda truta de 22 centímetros do meu lado. Um exemplar com um bom porte, mas com estranhas marcas na lateral. Cicatriz de algum predador …
Depois de devolver a truta à água, estava eu a pensar qual seria o predador que teria causada aquilo quando vejo um torpedo a passar por mim dentro de água e a parar a dois metros de mim! Uma lontra tira a cabeça para fora e fica a olhar-me a cerca de 4 metros. Ficou de tal maneira assustada que arrancou para montante e saltou fora de água usando a margem oposta. Estava explicada a marca lateral da truta e também estava quase arrumada a pescaria, pois a lontra vinha de montante.
Enfim, com o tempo a aquecer e desanimado pela aparição da lontra, ainda fiz mais uma hora de pesca e consegui capturar mais uma truta de 20 centímetros. Esta, felizmente, sem marcas de lontra!!
Enfim, apesar da peripécia da lontra, ainda visualizei mais algumas trutas. A maioria de pequeno tamanho, mas uma ou outra de dimensão mais razoável. Claramente uma melhoria significativa relativamente às minhas incursões de anos passados, onde cheguei a temer pela possibilidade de a população de trutas ter atingido mínimos históricos. Só com este facto, fiquei bastante satisfeito e se calhar ainda passarei pelo Mondego para mais uma visita …

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