Na sequência de mais uma visita ao Rio Lima em final de temporada, resolvi bater um troço bastante apetecível a jusante da barragem de Touvedo. O ano passado não tive oportunidade de visitar este local, mas não podia deixar terminar a temporada de 2016 sem realizar uma passagem a sério nesta zona, especialmente, porque a barragem de Touvedo estava com um débito marginal, criando uma pequena corrente num dia relativamente quente. Pareceu-me o cenário ideal para pôr algumas trutas a mexer.
Assim, resolvi entrar na zona eram 9h30 da manhã. O céu estava parcialmente nublado, mas a temperatura estava quente. Para abrir as hostilidades, apostei num equipamento de heavy spinning com cana de 1,8 metros, destinada a fazer face à enorme cobertura vegetal das margens. Sem pensar muito, comecei a palmear com calma um grande poço com profundidade média na ordem nos 3 metros. Via-se uma que outra pequena truta a mosquear à superfície, mas quando a amostra passava, parecia que não estava lá nada. Sinal de forte pressão de pesca, mas também de alguma falta de interesse relativamente a um isco nº3 com cerca de 10 gramas de peso.
Com calma, fui malhando o poço e alterando de isco continuamente, passando do rapala à colher e vice-versa, até que finalmente e passada meia hora consegui o primeiro contacto. Num lançamento para uma zona de corrente com alguma vivacidade, cravo uma boa truta. A truta entrou mal a amostra caiu na água e a minha impressão inicial foi de que tinha prendido a amostra nalguma pedra, até que do outro lado comecei a ver uma deslocação da linha e a sentir algumas cabeçadas. Puxei a cana para cima e imediatamente a truta saltou fora de água e não parou de saltar nos 20 segundos seguintes. Cheguei mesmo a pensar que se tinha descravado, mas o triplo manteve-se no sítio. Lá a trabalhei como pude e quando senti que estava cansada, deitei-lhe a mão. Uma linda truta do Lima com 37 centímetros e com umas cores espectaculares.
Depois desta primeira captura, voltei a insistir no local e imediatamente voltei a ter acção, com uma pequena truta a abocanhar o isco, mal ele começou a rodar dentro de água. Parecia que estava num mundo diferente! No poço, nada mexeu! Nas correntes, não faltava actividade! As trutas estavam a ser empurradas para as correntes pelo ligeiro débito da barragem de Touvedo. Assim, não tardou muito até voltar a capturar outra truta, desta vez com 22 centímetros. Um exemplar que picou duas vezes em dois lançamentos bastante longos, tendo apenas ficado bem cravada no segundo.
Depois de me recompor desta captura, ainda voltei a tirar mais duas trutas pequenas, mas rapidamente voltei a entrar num outro poço. Em linhas semelhantes ao poço anterior, não se registou grande actividade. Tive um pequeno toque numa entrada de uma linha de água, mas sem conseguir cravar devidamente. Ainda insisti nas zonas mais fundas, mas só deu para perceber que o bom andamento estava nas correntes. Assim, atalhei caminho e avancei para a corrente seguinte, onde fiz mais três capturas, com a maior a medir 29 centímetros. Uma truta colocada mesmo aos meus pés, num pequeno buraco na margem, e que só entrou depois de ver passar o isco 7 ou 8 vezes. Atacou e ao mesmo tempo ficou logo pendurada no ar, pois a amostra estava a mesmo a sair da água.
Com esta captura, terminei a pescaria nesta zona, pois já eram horas do almoço e também já estava bastante satisfeito com as capturas conseguidas. As restantes tinham que ficar para o ano para que possa lá voltar, possivelmente mais cedo na temporada.

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