Com a época das trutas mariscas a entrar na ponta final, eu e o Bruno resolvemos fazer uma incursão ao Rio Lima, algures a montante de Ponte de Lima. O nosso objectivo era tentar mexer algumas das esquivas mariscas do Lima. Um objectivo bastante complicado, considerando que as primeiras chuvas de Setembro tinham sido pouco intensas e portanto era de esperar que a densidade de trutas não fosse muito elevada.
Mesmo assim, e como o vício é maior do que a razão, toca a preparar o material de heavy spinning e a trilhar caminho até à margem do rio. Pelas 7h45, já estávamos equipados e a descer a margem. A manhã estava excepcionalmente fria, entre os 9 e 10 graus, e não se vislumbrava qualquer sinal de peixe à superfície. Pareceu-me o cenário ideal para coar água.
Lá começamos a malhar seguido, eu com a Tanger e o Bruno com uma Mepps Aglia nº2. A primeira meia hora de pesca nada produziu. Entretanto, eu fui para montante e o Bruno mais para jusante, entrando numa zona de corrente pouco profunda à saída de um açude. Como posteriormente se veio a revelar, esta foi uma decisão acertada, pois culminou na captura de uma truta marisca de grande qualidade com 31 centímetros.
Do meu lado, foi só coar água durante uma hora e meia, para nem sequer ter um toque. Isto, enquanto o Bruno teve vários toques e conseguiu capturar mais duas trutas pequenas. Atendendo ao baixo nível do caudal, a Mepps estava a ser preferida comparativamente à Tanger.
Terminado este troço, avançamos para montante à procura de mais trutas. Desta vez, resolvi baixar um pouco no peso da Tanger e introduzi uma versão mais light e também com maior capacidade rotativa para fazer frente à Mepps. Esta troca produziu resultados e logo numa zona de maior corrente, e após vários lançamentos no mesmo local, onde se via algum movimento esporádico à superfície, consigo a primeira captura do dia. Uma linda truta de 28 centímetros que cravou quando a colher inverteu a marcha no centro do rio. Deu tempo para desfrutar da luta, tirar a foto e devolver a truta em condições à água.
Depois desta captura, que trouxe uma sensação de alívio, resolvi avançar mais para montante e tentar mexer mais alguma trutita à saída das correntes. Com o aumento da temperatura, via-se uma que outra trutita pequena a saltar fora de água. Sinal de que os níveis de actividade estavam em ascensão.
Chegados assim a mais um açude, tirei uma segunda truta, desta vez mais pequena (19 centímetros). A truta entrou num lançamento a contra corrente, quando a amostra estava a encaminhar-se para a zona mais turbulenta. Cravou-se imediatamente e a sua captura não trouxe novidade. Foi só tirar foto e devolver.
Do seu lado, o Bruno também tinha tirado mais umas trutas pequenas, mas não havia grande perspectivas de bons exemplares naquele troço, portanto a decisão de acabar a faina por ali surgiu rapidamente.
No global, esta incursão deu para desenferrujar e matar o vício da pesca à truta. Não se viam muitas trutas mariscas, e portanto, as trutas comuns dominavam o panorama, estando a maioria delas concentradas nas zonas com maior corrente e oxigénio. A temperatura também estava a condicionar de forma significativa o seu comportamento, pois era notório um aumento de actividade à medida que o sol ia aquecendo.
You must be logged in to post a comment.