Apesar de esta sessão já ter decorrido no passado mês de Maio, acredito que poucos de nós tivemos conhecimento da mesma e portanto importa aqui realçar a sua importância para os pescadores de trutas, que como nós, frequentam o rio Minho em cada ano. Assim, numa parceria luso-galaica resolveu-se realizar mais uma sessão de repovoamento no Rio Minho, mas desta vez o alvo foi o salmão, com cerca de 3600 alevins a serem devolvidos ao rio.
As sessões de repovoamento no Rio Minho são frequentes e tendem a ocorrer todos os anos, às vezes mais do que uma vez ao ano. Os alvos são normalmente as enguias e as trutas, mas desta vez os protagonistas foram os salmões.
Para uma leitura mais atenta desta notícia, convém consultar página abaixo:
Na nossa opinião, esta é uma acção que só peca pela sua escassez em termos de frequência e quantidade. Efectivamente, o Rio Minho é verdadeiramente o último tesouro nacional no que se refere à pesca desportiva do salmão e muito pouco está a ser feito para proteger esta espécie e promover a sua valorização económica. Este tipo de iniciativa não é mais do que uma gota num oceano de problemas, que passam pela poluição, furtivismo, pesca profissional, etc. Não é raro o mês em que se me chegam notícias de salmões capturados pelas redes dos profissionais no Minho para depois serem comidos entre amigos. Enfim, uma anarquia total!!
Se milhões de euros já foram canalizados para salvar o lince, que é uma espécie com aproveitamento económico quase nulo, então não se percebe como é que pelo menos metade do montante não é aplicado na protecção do salmão em Portugal, que é uma espécie que movimenta milhões de pescadores e biliões de euros em termos de valorização turística à escala mundial. Só mesmo uma visão irracional do que
é o desenvolvimento sustentável é que pode justificar isto.
Aquilo a que chegamos hoje é o resultado do caminho que trilhamos. O abandono do país é o resultado de uma filosofia de séculos de inveja e de falta de aproveitamento do bom que temos, mesmo quando os de fora nos chamam à realidade. O salmão é mais um exemplo de um tesouro natural inigualável que não está a ser minimamente aproveitado e que apenas serve para uma meia dúzia explorarem, não gerando qualquer valor acrescentado. Se têm dúvidas sobre o valor do salmão, vejam a forma como é valorizado economicamente (turismo, restauração, etc.) no Narcea em Espanha ou no Spey na Escócia. Isto já para não falar no Alaska ou na Patagónia …

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