Na sequência de um post de discussão lançado aqui na semana passada sobre a questão premente da gestão das espécies exóticas em águas interiores, é relevante verificar os desenvolvimentos recentes ocorridos na nossa vizinha Espanha, onde esta alteração legislativa já teve o devido tempo para produzir efeitos não negligenciáveis. Efectivamente, a Espanha avançou com este tipo de medidas muito mais cedo do que Portugal e portanto já experienciou muito do que ainda falta sentir em Portugal, especialmente se se resolver seguir à letra as disposições dos burocratas de Bruxelas, que apenas vêem nomes de peixes numa lista e que não sabem distinguir uma truta arco-íris de uma carpa.
Assim, é com agrado que verificamos que a nova Ministra da Agricultura e Ambiente em Espanha está disposta a repensar muito do que foi feito de errado em termos desta matéria nos últimos anos com elevados custos em termos económicos. Aliás, o artigo abaixo denota claramente uma mudança de mentalidade que pode ser extremamente positiva:
Penso que a notícia acima é bastante esclarecedora e deve ser considerada um ponto importante de viragem neste tipo de perspectiva. Num momento em que em Portugal se pretende avançar com nova legislação nesta matéria seria inconcebível estar a cometer todos os erros que já foram cometidos pela Espanha antes de perceber que a melhor solução exige compromisso, bom senso e diálogo com os principais interessados na gestão da fauna piscícola, nomeadamente os pescadores. Espero que os nossos dirigentes e autoridades ponham os olhos neste exemplo e não comecem a legislar às cegas, como é costume, criando problemas onde eles não existem e desincentivando actividade de elevado valor acrescentado, sobretudo em zonas do território sujeitas a forte fenómenos de desertificação. Espero que o bom senso perdure, mas também temo que a falta de competência, a falta de conhecimento e sobretudo a subserviência cega a Bruxelas predomine.
You must be logged in to post a comment.